martes, 5 de abril de 2011

Da ausência e da vontade de dançar

Uma tristeza quis chegar porque ela se foi, mas ter estado com ela vale o princípio do sentimento estranho que a ausência dela deixou.

Logo, descubro a beleza da paz de estar só.

Inteira.

Sinto-me bela, alegre e uma antiga companheira volta com toda força:

A vontade de dançar!

E dança assim juntinha de mim, mexendo bem até coladinha ficar. Molhadinha!

A transpiração libera os poros para receber as boas vibrações que continuamente estão ai, e às vezes, simplesmente não deixamos entrar.

Não! Não basta deixar entrar.

Tem que permitir ficar, expandir, se transformar e transbordar... No que tiver que ser que o mestre tempo coreografar.

Que essa minha unidade que é impar se conecte ao coletivo de seres, situações, momentos, emoções, experiências únicas e se torne um todo muito maior que as somas das partes... O infinito vislumbrado em seu olhar, no meu olhar...

Assim, danço porque pequena sou.

Danço porque grande fico.

Danço porque conectada sinto.

Danço porque o instante existe, e como diz a poetisa, "minha vida está completa. Não sou alegre, nem sou triste". Sou contemplação intensa, atuação serena em movimento perpétuo que pode ter, por vezes, os pratos da balança desequilibrados, só para depois, centrada, ser Justamente encanto, endanço.

Sou feliz porque ela existe, e existindo, existo eu.