martes, 21 de diciembre de 2010
Brinde ao desejo - Feliz Natal e Próspero 2011
Eu quero muito!
Eu desejo tanto!!
Já quis para ontem e já quis no futuro, hoje o desejo é presente, mas não no presente, passado, futuro. Ele é atemporal. O desejo é brinde do viver.
É desejo que aprende a saber que se realizará no tempo que tiver que ser, e se tiver que ser.
O que muitas vezes gera um choque de tempos. Entre o tempo do desejo se realizar e o tempo de querer que ele se realize. Dar tudo para sua concretização e ainda sim, sentir que algo se perdeu no caminho, ou que eu perdi o caminho ou o caminho me perdeu.
Assim, surgem atalhos, desvios, novos caminhos e velhos caminhos que voltam a se cruzar. Surgem novas coisas que desejam ser encontradas, novas pessoas a transitar, passar ou ficar. Já as pessoas e lugares de sempre podem ganhar resignificações. Algumas antigas memórias, lugares e pessoas nos fazem sentir que valem a pena serem resgatadas.
Por isso, cada ano que chega é um ano de recarregar energias para dar forças aos desejos, sejam eles velhos ou novos. Cada ano que passa é o balanço inevitável do que se concretizou, do que ficou pelo caminho, do que veio sem esperar, do que mudou, do que segue igual, do que nasceu, do que morreu, do que cresceu, do que ficou contido... mais que o balanço das conquistas e desventuras é o balanço da transformação.
A minha balança, mais um ano teve o saldo super azulzinho, bem positivo! Não pensando na relação do que desejei no começo do ano de 2010 e o que obtive, mas pensando na quantidade de coisas boas inesperadas que me transformaram. Algumas das quais foi difícil saber que eram boas. As passei sozinha, dançando, escrevendo e rezando. Outras compartilhei virtualmente e fisicamente das mais diversas maneiras, com pessoas que fizeram a diferença. Claro, que mais um ano teve aqueles que o contato não foi próximo, porém que já me fazem sentir bem, pelo simples fato de existirem e eu saber que uma hora a oportunidade surge, ou é criada e estamos próximos novamente.
Assim, minha felicidade por ser quem eu sou, por ter a família que tenho e os amigos que mantenho deve ser exposta, para que entedam o meu grande desejo de agradecê-los.
O desejo que não é apenas de felizes festas. É o desejo que sintam e estejam atentos durante todo ano aos sentimentos, sensações, pensamentos, sonhos e claro, aos desejos.
Atentos ao que foi, ao que vem, mas sobre tudo ao que É.
Que o Agora seja na maior parte do tempo doce, leve e colorido. Nem que que doce, às vezes seja agridoce, o leve se vá com o vento, e o colorido seja qualquer cor, ou mesmo sua ausência, mas que respeite o humor de cada dia e não se repita em dias que trazem outra cor.
Como o meu desejo a vocês é tudo de bom e o desejo de vocês deve ser o mesmo, desejamos para nós muito amor, saúde, paz, sabedoria, alegrias... Enfim, como diz Woody Allen em Whatever Works "`as vezes os clichês são a melhor forma de dizer as coisas".
Desta maneira, resumo meu desejo brindando com vocês o maior clichê de todos os desejos de fim de ano:
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!!!
HOHOHOHOHO
Beijos estalados e abraço apertado
Quel
@ComuniQuel
martes, 7 de diciembre de 2010
Dias
lunes, 29 de noviembre de 2010
domingo, 28 de noviembre de 2010
Itália: amores, filmes e viagens
Ai... ... (suspiros demorados)
Que mulher não gosta, em algum momento, de ver um bom filme romântico. Daqueles que fazem a gente não perder a fé no amor e no príncipe encantado. Naquele que prega que não existe idade para amar e que para viver um amor verdadeiro nunca é tarde. Pois é... tem muitos filmes assim. O último que me fez suspirar foi Cartas a Julieta. Um roteiro óbvio, mas ainda assim vale a pena, pois cumpre a missão de filme romântico de alimentar os sonhos de quem ainda não encontrou um grande amor, ou reforçar os ânimos de quem já vive esse regalo da vida.
O filme não é nenhuma releitura da famosa obra de Shakespeare, mas ele está presente e inspira momentos do filme. Para ver Romeo e Julieta no cinema a versão primorosa e bela de Franco Zeffirelli, 1968 ainda é a melhor recomendação. Para gostos mais modernos há o Romeo + Juliet, conhecido pelo participação de Leonardo Di Caprio, com uma linguagem mais urbana nos cenários, figurinos e trilha sonora, mas que matém o lirismo e romantismo do autor inglês. Ainda no âmbito audiovisual, para quem prefere uma visão alternativa e breve a sugestão é o vídeo clipe Romeo and Juliet, da banda britânica Dire Straits. Ou uma versão mais atual da canção com a interpretação do The Killers.
Voltando ao Cartas a Julieta, o melhor do filme para mim foi rever cenas que vivi na Verona de Julieta. Uma cidadezinha que tive o prazer de conhecer nessas minhas andanças por ai.
Fica a dica de filme romântico para um domingo à tarde ou outro momento de bobeira e a sugestão de viagem. Itália é linda mesmo. É tão obvio falar isso. E não é viagem só para comer, rezar ou amar. Eu fui sozinha e fui feliz. É viagem para aprender, para se perder, para consumir artes, beleza natural e arquitetônica, relaxar, festar, conhecer gente, ou caminhar sozinho. A famosa região da Toscana, já retratada lindamente em outro filme romântico Sob o Sol de Toscana é só um dos lugares imperdíveis para se passear. Claro que o roteiro de viagem precisa ter os lugares básicos e incríveis como Roma, Firenze e Veneza, mas quem for à Itália e gosta de praia, não pode deixar de conhecer a região de Cinque Terre, um charme!
Abaixo umas fotos de Verona e outros cantos da Itália para quem sabe, inspirarem vocês a ver algum filme ou viajar! Para quem acredita ou quer acreditar em amor único e verdadeiro então os filmes são uma boa pedida. Para quem acha que a vida é feita de vários amores, desamores, encontros e desencontros, e principalmente um constante auto-apaixonar-se, a melhor maneira de (se) amar é viajar.
miércoles, 24 de noviembre de 2010
Acontecer
lunes, 22 de noviembre de 2010
Labirinto de memórias
Palavras de outrem abrem a porta que me leva a um labirinto de memórias. Percorro por seus longos corredores sem saber onde vai dar... Tento um diálogo com o subconsciente:
O caminho se bifurca. Por qual dos dois caminhos seguir?
Qual dos três! Há sempre o caminho de volta.
Sempre?!
Perco-me no ir e vir de minhas lembranças e talvez o caminho de saída seja voltar ao antônimo da memória.
Qual o contrário de memória?
...
Ai... ... Esqueci
Imagem: Relativity ,1953. Em litografia. Do artista holandês Maurits Cornelis Escher, famoso pela sua capacidade de gerar imagens com impressionane efeito de ilusão de ótica, construções impossíveis que exploram o infinito e metamorfoses. Respeitando as regras geometricas do desenho e da perspectiva.
Encontro no labirinto da memória: Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo.
Besitossss a quem passar por aqui
Quel
@ComuniQuel
martes, 16 de noviembre de 2010
Anedota de criança
- Julia, você sabia que seu pai tem um furo na orelha e que já usou brinco?
Ela olha a orelha do pai e constata que tem um furinho. Fica pensativa, enquanto todos aguardam sua próxima reação.
Ela interrompe o silêncio e olhando bem para seu pai pergunta:
- Papai, quando você era criança, você era menina?
sábado, 6 de noviembre de 2010
Sentidos III - Silência
martes, 2 de noviembre de 2010
Sentidos II - Sinestesia
lunes, 1 de noviembre de 2010
Sentidos I - Autenticidade
Dizem que os olhos são a janela da alma...A minha alma tem vários acessos: olhos, boca, ouvidos, narinas, porosSentidos que dão sentido ao existir e o transformam.
Acaso
jueves, 21 de octubre de 2010
Desvio de percurso
Quantas vezes não pegamos um desvio de percurso e ao caminhar por essa trilha, queremos apenas andar o necessário para voltar ao trajeto original, planejado para chegar ao destino almejado.
Porém, outras vezes, ao pegarmos algum desvio, nos surpreendemos com a beleza do caminho e por decisão racional ou emocional vamos permanecendo neste novo trajeto, observando os detalhes da paisagem e refletindo ou sentindo, se o tal desvio não devia se tornar o caminho principal.
Há aqueles que jamais pegam um desvio. Estes podem evitar ver seu plano alterado, e com isso evitam se sentirem perdidos e correr o risco de não alcançar a linha de chegada visualizada, mas também podem evitar descobrir que a vida é muito maior e melhor que nossos planos e devaneios.
Não há garantias. Um desvio pode ser o caminho mais rápido ou mais lento de se chegar a um objetivo. Pode ser o reforço do objetivo já traçado ou pode ser reconstrução total da meta pensada. E às vezes, o desvio não interfere no ponto final, mas apenas nos faz pensar mais na própria caminhada e esquecer um pouco do “para onde vou” e sentir mais o “onde estou”. Atentamente perceber se os passos dados, a respiração e as batidas do coração estão em paz, em harmonia com o ecossistema em volta. Certamente, um bom desvio, em alguns momentos, deve trazer algo de desritmia. É que sem emoção a razão é tão chata. O importante é encontrar o ponto de conforto quando se está em território desconhecido. E se você descobre esse ponto de paz, então não importa se você esta no desvio ou na estrada principal, você está no caminho certo.
Besitosss e boa caminhada a todos!
Quel
Raquel Gomes de Oliveira
@comuniquel
domingo, 10 de octubre de 2010
MultiComemorações 3.3
Sofrimento tem que ter data para acabar. Parece racional demais, e é, mas funciona. Afinal por mais que às vezes pareça que o coração vai para um lado, e a cabeça vai para outro, eles são parte do mesmo corpo.
Coloquei data para o fim do sofrimento. Sofrimento que é a maneira mais objetiva de se resumir àquela mistura que engloba, angustia, ansiedade, frustração, medo, saudade que machuca, paralisa. Sofrimento que nos faz pesado e com pouca agilidade para se movimentar, para seguir em frente.
Sou dançarina de (uni)versos. Dou piruetas entre meu mundo interno e o que está fora do meu centro, expandindo o movimento para muito além do que vejo e alcanço.
Para se dançar ao som do vento é preciso ser leve.
Por isso, meu aniversário, o marco do início de meu ano novo, é a data ideal para tomar aquele fôlego e transformar sofrimento em algo bom. É a oportunidade para dar chance mais uma vez para dançar ao som do vento, para acreditar que as coisas podem ser diferentes para melhor, que idade traz sabedoria, que o tempo é senhor das razões, que viver vale a pena quando se tem amigos, amores, bons projetos, se trilha o caminho do bem e da fé. Frases clichês que se tornam cada dia mais reais em minha vida.
Foi isso que aconteceu. Multicomemorei meu aniversário de várias maneiras.
Multicomemorações 3.3 que comecei celebrando em uma creche, com o carinho de crianças que são filhos de presidiários, banho de mar a tarde para limpar as energias e à noite salsa e janta mexicana com amadas amigas. Comemorações que seguiram no dia seguinte com entrada free para Mafaro, super show filme de André Abumjara, e festa com caruru em casa de meu amigo e também aniversariante Sivaldo.
Estive imensamente feliz, compartilhei fisicamente esses momentos com pessoas que há pouco tempo conheço, mas já significam tanto nesses apenas alguns meses de Bahia, e dividi virtualmente com um bando grande de amigos de todas as épocas, que vão (graças a Deus!) aumentando com o passar dos anos e fazendo a diferença, quando se é uma pessoa nômade como eu.
Só me resta agora agradecer. Agradecer todos os desafios, as conquistas, as mudanças, as pessoas e aos anos vividos. Agradecer até mesmo os momentos de sofrimentos que também fazem parte do que sou e me transformo. E desejar felicidades para todos nós!
Beijos, Besitosss, Petons
Quel
sábado, 2 de octubre de 2010
Semsentido
Falta-me o ar
Respiro fundo e ainda assim não consigo exalar uma quantidade suficiente para encher os pulmões
O ar está rarefeito e eu estou sob o efeito de uma tontura que me faz perder o eixo
A cabeça pesa, o corpo pesa e os olhos vê tudo desfocado
O corpo não encontra forças para permanecer ereto
Respiro fundo uma vez mais na esperança de tranquilizar a mente
Pois sei que o coração precisa mais do que ar para encontrar novamente seu ritmo
Na sua desritmia, por momentos, ele me aperta o peito fazendo com que falte espaço na caixa toráxica, e por momentos, ele o amplifica e eu já não estou segura que o meu coração permanece nesta parte corpórea
A garganta seca e meus olhos estão cada vez mais mareados
O que me da algo de conforto é pensar que não importa o tempo que este estado de torpes dure, passará
O que passa também é meu sono
Frito na cama sem conseguir achar uma posição em que meus músculos estejam menos tensos
Mais uma tentativa de respirar, dessa vez ainda mais profundamente, com toda a força e concentração que encontro neste momento em meu ser... ...o ar começa a trazer algum alento
Concentro-me cada vez mais nela, em seu ritmo, no ir e vir de meu ventre, em cada aspirada e espirada, sigo pirada
Paro de respirar e perco os segundos
Dessa vez me sinto melhor
Desisto de lutar contra o que seja
Já que não sei bem o que, ou quem é meu adversário.
Certamente sou eu mesma
O que me faz perceber o nonsense da situação
Na cena sem sentido que vivo
Sou um quase ontem e um talvez amanhã
Sendo que tudo o que quero (nesse exato momento)
É ser um simples hoje, sem passado, sem futuro, simplesmente sendosemsentir (tanto).
Raquel G. de Oliveira @ComuniQuel
Foto: Eu sentada no chão do Louvre, por Matheus de Moraes
Obs. É desabafo de fim de inferno astral. E sim Saly, eu acredito nessas "coisas"... rsrsrs :P
domingo, 12 de septiembre de 2010
O exercício da representação através da imagem
Estou na rua mais conhecida e movimentada da cidade, Las Ramblas de Barcelona. Estou no centro da foto, que esta na rua que é o centro da cidade. Eu sou o meu centro
Estou no meio de uma multidão, mas estou só e bem. Todos a minha volta estão sem foco, eu focada. As pessoas usam roupas escuras e eu uso branco e cores. Sou unica. Sou uma parte que se destaca desse todo. Eu me visto com uma saia que comprei no Tibet e com uma blusa que era de uma amiga, e ela já não queria mais. Esse jeito de se vestir é tão meu.
A minha postura corporal também fala. Eu estou com o corpo querendo seguir a diante, mas levemente virado para trás. Olho para trás porque essa é minha referência, mas quero seguir
Essa foto foi tirada por Matheus que também representa muito do meu tempo
Ele ficou muito feliz que eu gostei desta foto, porque eu sou chata com foto. Ele precisava tirar várias para eu elogiar e gostar de alguma. E isso foi bom, porque ele adquiriu algo de técnica e sensibilidade para fotografar. Eu acho que a idéia da foto foi minha. Ele não se lembra de quem foi a idéia, mas se foi dele igualmente eu fico feliz. Porque eu adoro essa imagem e foi um exercício de auto conhecimento interessante descrever o que eu sinto através dela. Logo que Lilian propôs se definir através de uma foto eu pensei nesta.
Raquel focada numa Barcelona sem foco. Raquel no centro da rua que é o centro de Barcelona. O lugar mais conhecido da cidade é o lugar onde eu me (re)conheço.
lunes, 6 de septiembre de 2010
Da sensação do intenso e do efêmero
Pronto já foi. Um novo segundo se inicia sem eu ter me dado conta que vários já passaram.
E quando consciente fico quero congelar o tempo. Não! Quero apenas viver bem esse Agora.
O tempo lento é mais intenso? A intensidade se da pelo efêmero? E o veloz?
Gostaria que intensidade e velocidade não se relacionassem.
Intensidade é força e tempo é força... assim prestes a fazer aniversário em um mês os questionamentos de inferno astral invadem meu ser.
Quanto mais o tempo passa mais força deveria eu ter? E tenho?
Se intensidade é força e eu quero ser leve, então nunca poderei ser intensamente leve?
Intensidade é bom mais cansa!
Principalmente para algumas pessoas que convivem comigo. Talvez, nesse próximo meu ano, que pronto se inicia, deveria mudar, deixar de ser intensa para ser serena...
Não, não seria eu...
Hey, you!
¿Yo?
¡Sí!
Você não é balança?
Ham Ham
Então põe cada adjetivo, cada emoção num prato dessa balança e deixa o tempo passar e brincar de equilibrar.
Ok! Vale! Já sei.
Vou viver no intensamente agora, no serenamente sempre e quem sabe assim poderei ser mais forte nos anos que celebro.
Raquel G. Oliveira @ComuniQuel
martes, 24 de agosto de 2010
Ego como sintoma da contemporaneidade
Tenho pensado muito no meu ego. No assumidamente ególatra que sou. E no ego que ganha força em cada um com a Web 2.0, com os perfis em redes sociais e a exposição da individualidade.
Em 2004 com intuito de entender melhor a linguagem dos sites, aprendi a fazer página web e criei a minha. Mas sobre o que iria falar? Como iria chamá-la? Eu não sou uma expertise em nada, agora depois do doutorado posso até considerar que sim, mas naquele entonces eu estava no início da minha caminhada acadêmica e achava que com minha curta experiência eu pouco iria aportar se resolvesse ter um blog sobre novas tecnologias ou assuntos afins. O único tema que passava pela minha cabeça que eu poderia criar categorias e diferentes textos era a minha história. Como chamar então este espaço virtual? A palavra ComuniQuel veio a mente. Porque como comunicóloga poderia deixar meu gosto pela contação de história ainda mais amplo, podia falar sobre qualquer coisa ligada a comunicação e Raquel.
Simplesmente não conseguia pensar em outro nome, foi o primeiro e único nome que pensei. Que falta de imaginação! Que excesso de ego! Criei um site que mais parecia um blog. Foi bacana porque aprendi sobre linguagem HTML, mais logo percebi que não tinha muito sentido manter aquilo com formato de site e ainda ter custo.
Mais uma vez com o intuito de aprender sobre comunidades virtuais, pois tanto aprender sobre sites ou comunidade virtual era enriquecedor para a pesquisa do doutorado, entrei no Globoonlines (GO), uma comunidade de blogs do Globo Online (naquela época era este o nome do ciberjornal). Mantive com o mesmo nome o novo blog e um dos meus assuntos mais recorrentes era as muitas viagens que eu fazia. O ponto alto foi quando contei da minha travessia no Tibet durante umas duas semanas e a cada dia ganhava mais leitores para me acompanhar nessa aventura.
Depois o GO fechou e dessa experiência desenvolvi um gosto ainda maior por compartilhar minhas experiências, minhas histórias e aprendi sentindo como os ambientes virtuais podem gerar laços de amizade e de confiança (capital social). Havíamos feito um grupo de amigos que tinha blog no GO e agora se sentiam órfãos, foi então que resolvemos criar novos blogs independentes em outros espaços, porém conectados pela vontade de estar reunidos.
Assim é. Posso ficar sem escrever um tempo, e isso acontece mais frequente do que eu gostaria, mas sempre recebo a visita dos mesmos leitores-amigos da época do GO de 2006-2007, e claro novos leitores vão aparecendo.
Continuo escrevendo aqui sobre minhas vivencias pessoais, por mais que em vários momentos achasse que devia dar um ar mais profissional, mas não consigo. O ComuniQuel é isso, sou eu falando sobre mim e minhas coisas. Um diário digital (sem ter essa periodicidade).
Esse jeito de diário é o motivo da existência de muitos blogs, principalmente feminino. Mulher tem essa necessidade de falar e ser ouvida, de dividir mais, às vezes beirando a experiência adolescente de ter um diário, só que agora não tem a menor graça se ele não for público. Apesar de já estar quase com 33 anos sou assumidamente adolescente em alguns aspectos, na cor desse blog por exemplo.
O meu ego está por toda parte. No nome do blog, nos textos e na montagem de fotos da cabeceira. ComuniQuel ficou tão forte para mim que meu perfil do Twitter leva o mesmo nome e acabei usando o mesmo nome no perfil do novo blog, o sério, o de docente da disciplina da Póscom.
Semana passada, na comemoração dos 20 anos do programa de pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA, assisti a conferência “Logos sensorial: tempo e sensação na contemporaneidade”, pelo Doutor em semiótica Julio Pinto, que disse muito sobre o ego como uma sintoma da contemporaneidade, da relação do EU com o tempo Presente e as sensações. Tema também de outros posts por aqui. Ai me senti aliviada. Pode não ser bom, ou pode que seja, ou como tudo, tem aspectos positivos e negativos, mas esse meu ego é algo compartilhado por outros egos contemporâneos.
martes, 17 de agosto de 2010
Salvador e meus blogs
Daqui alguns dias faz 6 meses que vivo em Salvador e desse tempo acabei dividindo muito pouco aqui no ComuniQuel. Não foi por falta de assunto, porque esse meio ano para mim foi repleto de acontecimentos, acho que foi até pela quantidade de histórias, emoções e novidades que eu não consegui me organizar para continuar escrevendo com a frequência que gostaria, e ai incluo comentários e visitas nos blogs dos amigos.
miércoles, 28 de julio de 2010
Amigos - happy friend's day (delayed)
Abençoada por ter relações de amizades de tão longa data com pessoas que o tempo e a distância não transformam em ausência.
Feliz por sentir que mantenho laços antigos com a mesma facilidade que faço novos e que surpreendentemente os novos já parecem de tempos remotos, já se tornando parte da minha vida e do rol das pessoas que quero bem e quero estar. Não que eu faça amizade e seja amiga de "todo mundo", isso vale pouco na real. Mas gosto de cultivar e abrir os horizontes para pessoas que tem o que dizer e sabem escutar.
O tempo passou sem ansiedade, claro que gostaria de ter ficado mais dias e mais tempo com cada um dos amigos, mas o tempo foi intenso, verdadeiro e divertido.
Ah! quanta risada dei durante esses dias. Quantas histórias contei e ouvi. Quanta saudade matei para já voltar a sentir.
Não consegui estar com vários amados amigos, mas prometo, agora que deixei de ser catalana para ser baianinha, que irei mais vezes a São Paulo e que os amigos do Rio, Curitiba, Porto Alegre aguardem que qualquer hora também apareço por essas bandas.
Então esse texto é só para deixar registrado meu obrigada ao carinho de todos os amigos, os que encontrei e os que esse encontro está por acontecer. Aproveitando que dia 20 foi dia do amigo, e que todo dia é um bom dia para dizer as pessoas o quanto ela são importantes em nossa vida e deseja-las felicidades.
Besossss y abrazosss
Quel
jueves, 15 de julio de 2010
Tudo pode dar certo
Ultimamente vinha percebendo uma ponta de preocupação relacionada a um artigo que tenho que escrever. A princípio o tal trabalho tinha um prazo longo, parecia perfeitamente tranquilo desenvolve-lo naquele período, mas o tempo foi passando e eu tinha o tema do artigo, mas não encontrava o objeto de estudo que me despertava motivação em investigar e ai, o prazo agora ficou curto.
Ontem depois de muito navegar pela internet e pesquisar, me rendi a mais um dia sem encontrar o foco da pesquisa e uma vez mais senti a tal da preocupação e ansiedade dialogarem com o meu ego.
Sem censura disse a mim mesma que o melhor seria dormir, mentalizar positivo, e viver o poder do Agora, que naquele momento era um sono reparador.
Hoje pela manhã, em minhas visitas rotineiras as mídias sociais, encontro um link de meu interesse no twitter, que me leva a outro link e mais outro, e pimba! Lá estava a experiência que faltava para completar o que queria investigar e escrever.
E a partir daquele instante, uma sensação já conhecida estava (e esta) presente em mim. Tudo vai dar certo!
O que fez minha cabeça linkar outro pensamento, o novo filme do Woody Allen "Whatever Works", ou traduzido aqui no Brasil como "Tudo poder dar certo".
Desde que li a crônica de Martha Medeiros sobre o filme há alguns meses atrás fiquei com uma enorme vontade de assistir e há dias venho ensaiando pegar a matinê, porque aqui em Salvador só tem um cinema passando e no horário da tarde.
Os últimos filmes que vi de Woody Allen me agradaram justamente pela leveza, o humor e verborragia continuam presente, mas a filosofia é mais simples e não menos reflexiva.
Boris, o protagonista mal humorado da obra já avisa por onde o filme caminha com as frases no inicio: “As pessoas tornam a vida pior do que é preciso”, “Às vezes, os clichês são a melhor forma de dizer as coisas”. Mas a idéia do filme se completa com o que a Martha expõe em sua crônica, para ela Woody Allen se havia dado alta.
“Em seus filmes anteriores, mais ricos e consistentes em questionamentos existenciais, o diretor parecia dizer: “Não há cura”. Em sua resignada fase atual, ele parece dizer: “Não há doença”. O diretor está apenas confirmando que não temos nenhum domínio sobre os mistérios que nos rondam e sobre as experiências nunca testadas. Então, não importa o que façamos, o risco de dar certo é o mesmo de dar errado, e, até quando parece que dá errado, funciona. Qualquer coisa funciona".
E eu complemento as palavras de Martha. O deu errado, é um deu certo de outro modo. Whatever works!
Volto para minha rotina, de investigar e escrever, com a certeza que é besteira ter certezas, que o caminho certo, seja o do meu artigo ao qualquer outro é aquele em que eu me sinta bem.
Besos e axé!
Raquel
jueves, 24 de junio de 2010
O pôr do sol de São João
Os últimos anos eu passei a data do dia 23 (e sua véspera), curtindo "San Juan" em Barcelona. Uma festa de boas vindas ao verão, celebrada a beira do mar, com direito a fogos de artifício, fogueira, música e alegria. Uma festa para se viver entre amigos e que lembra demais o ano novo em nossas praias brasileiras. Cada ano, em seu dia de San Juan teve uma história, a melhor sem dúvida foi a vinda de Dali, meu gato, para casa, com apenas 2 meses de idade e assustadíssimo pela casa nova, gente estranha e os fogos que não cessavam de estourar nos céus da cidade. Porém a história de Dali merece um post a parte.
Foto do Dali no dia que chegou em casa
E o dia que vivo hoje já não é de San Juan é de São João da Bahia. São João no nordeste é coisa série. É feriado. A cidade de Salvador se esvazia para que o interior possa ganhar protagonismo em suas diferentes pequenas cidades cheias de gente de todo canto, que pega horas de congestionamento a fim de viver esse arraial, em que o calor e a alegria estão garantidos. E o tempo tem ajudado muito. Apesar de inverno, provavelmente está mais quente aqui do que no velho continente.
Eu fiquei na capital. Há uns 7 anos eu vivi um delicioso São João no interior na Bahia, já sei como é e preferi desfrutar de uma cidade tranquila e quase desabitada. Mas quem fica se encontra. A festa é certa no pelourinho ou em bairros como o Santo Antônio. Eu fui conferir e não me arrependi. Pude tomar licor de maracujá, comer milho, bolos e outras guloseimas características dessa festa.
Licor caseiro das mais variadas frutas
É uma festa para todos os públicos, que me fez lembrar em alguns aspectos as festas juninas da minha infância no interior de São Paulo. A diferença mais notável veio na hora da competição entre quadrilhas, a roupa dos concursantes e o modo de dançar lembravam mais a uma festa de carnaval. É a quadrilha na Bahia!
E as pessoas.. todos aqueles rostos negros, mulatos felizes me fizeram lembrar que estou num outro estado e me fez sentir num outro país. Lembro do carnaval que vivi em Cuba...
Agora o melhor do dia não foi a comida, a quadrilha, a música, as pessoas, o espetáculo feito por essa gente, mas foi o espetáculo da natureza. Que acontece todos os dias, em todos os lugares mas que raramente paramos para contemplar.
A vista da Bahía de Todos os Santos, desde cima do elevador Lacerda, com um pôr do sol de tirar o fôlego, me faz pensar que São João está feliz com as comemorações de Salvador e estou feliz por presenciar, registrar e compartir esse momento.
Para completar o dia, ou melhor a noite que surgia depois do pôr do sol, São João mandou a lua tão redonda e cheia de si, trazendo ainda mais beleza para essa festa.
Fotos: Raquel G. Oliveira
Para ver fotos de San Juan clique aqui
Feliz São João! ¡Feliz San Juan!
Beso e "xero"
Quel
viernes, 18 de junio de 2010
Dios es el silencio del universo y el hombre es el grito que da sentido a ese silencio
In Manual de pintura e caligrafia, ed. caminho, 6ªed., p. 291
Não me sinto capaz de escrever sobre esse grande homem, mais por outro lado a vontade de dividir a tristeza e a imensa admiração é grande, por isso faço uso desse espaço e compartilho três links que me parecem ilustrador, importante e uma boa aportunidade de conhecer Saramago através da hipermídia.
domingo, 9 de mayo de 2010
Lembranças de vovó
Fecho os olhos e volto no tempo. Tenho 10 anos de idade. Estou brincando com outras crianças em uma rua de terra, em Lorena, uma cidade do interior de São Paulo. Minha vó grita e o cachorro late e sei que que é hora de entrar para almoçar. Não sem antes lavar as mãos e ajudar a colocar a mesa. Saboreio uma comidinha simples e deliciosa: arroz, feijão e bife acebolado feitos num fogão a lenha, e acho até gostoso salada de chicória temperada com limão. Não tem ninguém que faça uma salada de chicória igual a Vó Alzira. Depois do almoço escuto minha vó repetir o seu ditado preferido: “serviço de criança é pouco, mas quem perde é louco” e assim sei que tenho que ajudar a arrumar a cozinha. Assitimos juntas alguma novela do Vale a pena ver de novo, e lá vou eu novamente brincar na rua, jogar queimada com bola de meia, esconde esconde, pular corda, ver os meninos empinarem pipa ou sem que vovó saiba brincar de salada de frutas, em que o cardápio é beijo, abraço ou aperto de mão. A tarde passa rápido é hora do café passado no coador de pano, se tenho sorte será acompanhado de um bom pedaço de bombocado de fubá quentinho e se quiser tem também a melhor paçoquinha do mundo, feita num enorme pilão de madeira e acompanhada de banana.
Chegou as férias e posso ficar uma semana na casa de vovó, sem papai, mamãe e os meus irmãos. Vendo televisão na sua enorme e confortável cadeira de balanço. Brincando no quintal repleto de árvores e com uma banheira antiga, algo que sempre me pareceu surreal, por que uma banheira no quintal? Mas ao mesmo tempo muito legal, essa banheira se transformava em tantas coisas em minha imaginação, podia ser uma nave, uma cama, um caldeirão mágico e até uma banheira. Brincar, brincar e brincar na rua cheia de crianças ou com meus primos que vejo tão pouco durante o ano. A noite sempre tem histórias no quartão de sua casa, ela me conta do tempo que era moça ou sobre as façanhas do meu vovô Silvio, um homem bom e corajoso que que se alistou aos 17 anos para servir o país numa Itália em tempos de guerra, ou alguma história da minha mãe ou de alguma outra tia. Histórias que nem me lembro mais, mas eram contadas por um senhora bonita, elegante e batalhadora que criou seis filhas e um filho com muita luta e dignidade e ajudou no que pode na criação dos netos.
Uma saudade profunda e dolorida faz com que me sinta feliz por ter essas imagens de minha infância e triste por não poder dizer mais a vovó o quanto a amava, o quanto a achava bela e fui feliz em sua casa.
Depois de uma semana difícil, numa cidade em que não conhecia nada, nem ninguém, prestando um concurso em que utilizei todas as minhas forças e coloquei toda a minha fé, uma experiência válida, por me mostrar o quanto sou capaz, e ao mesmo tempo injusta, porque não adiantava quanto esforço eu colocasse, o concurso já tinha a sua única vaga reservada para uma candidata específico, estava eu exausta no aeroporto esperando o voo que estava atrasado para voltar a Salvador. Resolvo dar uma olhada rápida na internet e vejo que uma prima minha coloca em seu orkut, “Luto. Saudades, te amarei para sempre” abaixo da foto de minha vózinha. Fico sem entender por alguns segundos até que a ficha cai. Minha avó morreu. Ligo correndo para minha mãe que não está em casa, pois tinha viajado para ir ao velório. Fico perplexa e não consigo me conter e sozinha desabo a chorar compulsivamente naquele saguão de aeroporto. Alguém vem e me oferece um copo de água. O embarque se inicia, levanto e sem perceber deixo cair meu RG no chão. Alguém me devolve. O voo estava cheio, e tive que viajar ao lado de um cara que não parava de falar, quando tudo que eu precisava era de silêncio, era que me deixassem chorar em paz.
Em Salvador, consigo falar com minha mãe que me explica que não havia me dito nada, pois eu estava no meio de um concurso de vários dias e a noticias iria me desestabilizar. Eu a entendo, mas sofro por não haver estado presente nesse ritual de despedida. Ela me acalma e diz que foi lindo, que todos os filhos estavam presentes e alguns netos e bisnetos e que teve choro, risos e cantoria. Ela me conta que o velório foi emocionante, e que a atmosfera foi de muita paz. Tranquilizo-me, mas ainda sinto por haver perdido esse momento.
Ela me conta que em seu retorno, de madrugada, um caminhão bate na traseira do carro em que estavam, e que o carro saiu da pista, ficou bem amassado, mas que eles não sofreram nenhum arranhão. Agradeço imensamente a Deus por ter poupado meus pais, pois posso lidar, não sem dor, com a passagem da minha avó, mas não estou preparada para perder meus pais. E possivelmente nunca estarei.
Vivo dias difíceis, mas surge uma brecha no trabalho e não penso duas vezes, de um dia para outro estou voando seis horas para passar o dia das mães com minha mainha.
Hoje estou em paz, feliz, realmente feliz por estar ao lado dela, de podermos viver esse luto juntas, de compartilharmos a lembrança e o amor que sentíamos por nossa amada Alzira Camoezi Gomes.
Agradeço a vovó por ter me dado uma mãe tão fantástica e agradeço a minha mãezinha pela oportunidade de ter convivido com uma avó que mesmo morando longe, durante toda minha vida sempre esteve presente.
Desejo que todas as filhas/os possam curtir imensamente suas mães e que todas as mamães possam curtir imensamente seus filhos, fisicamente ou na lembrança e que Deus abençoe muito essa relação tão divina que é ser mãe e ser filha/o.
Felicidade, paz e amor a todos que aqui passarem.
Besosss
Quel