miércoles, 30 de diciembre de 2009

Carta para mim


Querida Quel,


Pois não me surpreende nada saber que você está doente. Gripe no inverno é bem você. Todo mundo que te conhece sabe que seu corpo não foi projetado para baixas temperaturas e se for acompanho de dias chuvosos, então piorou. E eu sei de um detalhe extra para você se sentir assim, borocoxo: sua família esta reunida no Brasil, num momento inédito. Primeiro fim de ano de seus pais e sua irmã, junto ao seu irmão, sua cunhada e sua sobrinha chinesa. Sei, sei... que não são só eles, tem sua afilhada, tem amigos, tem sua vó, suas tias, seus primos... Fica tranqüila que ano que vem você estará com eles.
Mas também tem outra coisa, esse mal estar que você está sentido, é a última queixa do seu corpo e da sua mente a este 2009, que foi tão difícil. Pode ter certeza que virando o ano, se o dia amanhecer ensolarado (detalhe bem importante), você vai ser estar novinha em folha, com corpo, mente e alma renovados. Afinal isso é o que todos desejamos para um ano que se inicia. Eu desejo isso e muito mais a você!
Você está vivendo um momento delicado de sua vida, tendo que se acostumar com a idéia que terá que deixar muitas coisas para trás, afinal são mais de 6 anos em Barcelona. Sei que é difícil até de alguém entender como pode ser prazeroso e sofrido deixar Barcelona. Prazeroso, porque você volta para o SEU país, para uma boa oportunidade na sua carreira profissional e para mais perto da família e dos amigos queridos, deixará de se sentir como uma emigrante sem oportunidade, numa Espanha em crise. A vida de "subemprego" já é coisa do passado.
Sei também, que apesar de todas as dificuldades que passou, você ama essa cidade!!! Nela descobriu tantas coisas, viveu tantas experiências distintas, conheceu tanta gente bacana do mundo inteiro, ampliou sua cultura, amadureceu, endureceu, amoleu... cresceu e se multiplicou.
E o conflito não é só deixar para trás e começar vida nova. É não saber onde essa nova vida será. Que será dentro de você, isso é certo!
Mas em que estado? Em que cidade? Quem será seus novos amigos? Conseguirá manter com o mesmo calor as amizades distantes? Estará sozinha ou acompanhada? Como será sua nova casa? E que trabalho realmente terás?
São perguntas que você ainda não tem como saber. E claro, qualquer um pode entender que é muito angustiante.
Enquanto isso, eu te conheço, você segue em frente... por um lado arrematando o fechamento do ciclo, pois ainda está em Barcelona e cada dia resolvendo um probleminha novo (como pode ser tão burocrático e lento a legalização de alguns documentos?), ou aposto que você usa seu tempo escolhendo o que quer levar para sua nova vida e o que deve abrir mão. Desapego nunca foi seu forte, mas tente ver como uma ótima oportunidade para trabalhar uma lição importante a ser aprendida. Dizem que só quando nos desfazemos das coisas que não usamos, criamos espaços para surgirem as coisas que tem importância.
Entretanto, eu também sei que tem um lado seu que está planejando o futuro, que vai abrindo caminhos, para que diversas possibilidades se manifestem e por fim, você saiba onde te destina viver em 2010 e que vida terá.
Como sua mãe sempre diz , as coisas para você nunca são fáceis, nunca vem de “mão beijada”, por falar nisso de onde surgiu essa expressão? Vou perguntar para ela qualquer dia desses. Por isso, não esquece que você é uma batalhadora, uma guerreira, e 2009 você pode terminar muita satisfeita e contente, pois você saiu vencedora.
E sinceramente, acho que não será diferente em 2010. É acreditar e agir. Estar atenta e serena. Ser feliz e ser tudo que você sempre quis.

Ah! Reparei que você mudou o banner do ComuniQuel, ficou a sua “cara”. Ou melhor, com a sua cara, com seu umbigo, com Magritte, com Dali e outras miscelânias mais. Chicabacana, é bom que o ComuniQuel já anuncie mudanças, porque a Quel muitas mudanças mais terá para postar aqui durante todo 2010.

Besitossss

Quel

Obs1: A Silmara do blog “A menina da flauta” escreveu uma ótima carta para ela mesma. Gostei da idéia e estou fazendo o mesmo. E iria adorar ler mais cartas destinadas ao próprio remetente, nos blogs dos amigos.


Feliz 2010 a todos que passarem por aqui!!!!!

sábado, 19 de diciembre de 2009

Natal humano


Este ano quero dizer que o Natal me faz lembrar o quanto é importante ter fé no ser humano.
Este ano descobri uma fé imensurável em mim, para conseguir ultrapassar todos os problemas para finalizar a Tese Doutoral, e apresentá-la com todo rigor e confiança que era necessário.
Este ano mantive a fé em meus pais, que eles estariam comigo, para o que desse e viesse, como na verdade, eles têm feito desde que eu e meus irmãos existimos.
Este ano vacilei e me fortifiquei na fé que meu companheiro iria ter paciência e tolerância com esse período tão complicado e estressante que eu vivi, e que passado a tormenta seguiríamos juntos e melhor.
Este ano tive fé que meus amigos, irmãos e familiares seriam compreensivos com minhas ausências e seguiriam me apoiando e me querendo apesar de qualquer problema, tempo ou distância.
Este ano senti fé pelo poder no amor pelos animais (que por não serem humanos não deveriam estar nesta lista), mas justamente por serem criaturas da natureza como nós, nos faz sentir conectados a eles e com nós mesmo. Este ano quase perdi meu gato Dali, mas com fé recuperei um companheiro que me faz sentir serena, lúdica e amada.
Este ano percebi com fé como novas pessoas entraram em minha vida e fizeram a diferença.
Em 2009 aprendi não só a fortificar minha fé no humano, para aceitar pessoas e atitudes que pareciam atrapalhar meus planos, ou que não me beneficiavam em nenhum aspecto, para desenvolver a fé no tempo.
Fé em aceitar que temos que fazer a nossa parte, da melhor maneira possível, mas que a resposta, conseqüência, reação, resultado, seja lá o nome que tenha o que nos faz ficar ansiosos, tem seu tempo para acontecer.
E é preciso respeitar esse tempo.
Respeitar que as pessoas não são como queremos que elas sejam, que elas não reagem como gostaríamos, e que o tempo tem seu ritmo próprio para fazer ocorrer.
Quando tenho mais fé em mim, no próximo e no tempo, inevitavelmente tenho mais fé em Deus. Que está dentro de todo aquele que deseje.
Que neste Natal e em 2010, o nosso lado divino encha de luz nosso lado mais humano. E assim possamos ser felizes, abençoados, solidários, agradecidos e renovar nossos sonhos.

Obrigada!

viernes, 11 de diciembre de 2009

Quando eu era...

Ontem assisti um peça de teatro que me fez pensar em quem eu fui.
Petita feina per a pallasso vell conta a história de três palhaços que se encontram por responderem a um anuncio de trabalho solicitando um palhaço velho.
Juntos, na sala de espera, recordam os tempos que foram os reis do circo. Entretanto, a ansiedade por demonstrar sua superioridade para conseguir o que pode ser o último trabalho de suas vidas faz surgir a lado escuro de cada um, o conflito e a incoerência que habita em todo ser humano.
Por que lhes conto isso? Porque já fui palhaça.
Quando trabalhava como atriz tinha uma predileção pelo drama, mas sabia que um bom ator era aquele capaz de emocionar nas situações mais diversas. E lá fui eu me matricular em uma escola de clown. No começo lembro que foi difícil me despojar e me permitir ser uma nova eu. Pois é assim que se sente quando se descobre o palhaço que se leva dentro. É preciso nenhuma autocrítica e muito ridículo para rir de si mesmo, e poder fazer o outro rir da gague mais tonta.
Mas quando se descobre essa vertente, o mundo se amplia.
O meu mundo se expandiu. Descobri algo em mim que desconhecia e detalhes que estavam ali, mas eu fazia que não via. Foi preciso exacerbar as emoções, as caras, bocas e coração, e depois achar o tom certo. Quando se descobre o palhaço pessoal, o ser se torna mais completo e mais que tudo: há uma grande sensação de liberdade.
Gostei tanto de ser palhaça que levo na bagagem bons espetáculos em ruas, parques, festas infantis, circo e teatro.
E voltando ao teatro...
O espetáculo começou com momentos cômicos sutis, e na mágica hora que cada personagem se vestiu de palhaço e fez os números de circo, a platéia do íntimo auditório se multiplicou em risos que se emendavam em mais risos.
Por um momento não sabia se olhava o palco ou a platéia se deleitando com o espetáculo.
Que sensação boa rir e estar com gente rindo.
Sim, sei bem que tem muito palhaço sem graça por ai. Sempre gostei de circo, mas me lembro de algumas vezes que fui e a pior parte era quando entrava os palhaços. Também tive o prazer de ver a espetáculos que realmente o palhaço era a alegria do circo e o número mais esperado, em que não importa a idade que tenha ou o momento de sua vida, você ri e se sente criança.
E que sensação boa é se sentir criança quando se é adulto.
Sai do espetáculo de alma lavada, e ao mesmo tempo pensativa como só uma boa obra nos faz sentir.
Fiquei pensando no excelente texto (e absurdo!) do dramaturgo romano Matei Visniec, nos fantásticos palhaços Jordi Martínez (Filippo), Monti (Nicollo) y Claret Clown (Peppino), no respeito e admiração aos que se entregam a esse oficio e fiquei pensando se eu ainda era uma palhaça...

jueves, 3 de diciembre de 2009

Ressaca “cum laude”!

Foto: Manel Lopez diretor da Tese
José Manuel Perez Tornero presidente do tribunal
Raquel Gomes de Oliveira a mais nova doutora!
Josep Lluis Mico doutor y professor da Universidad Ramon Llull de Barcelona
Andreu Casero Ripollés doutor y professor da Universidad Jaume I de Castellón

Um dia antes, do tão esperado dia, me deu um “bajon”, como se diz aqui na Espanha. Fiquei borocoxo mesmo. Senti meu corpo dolorido, minha cabeça pesada, meu intestino acelerado, como estava tudo preparado me permiti ficar de “molho” e viver um dia de economizar energias. Sabia que no dia seguinte teria que ser forte, então me recolhi.
Antes de deitar, olhei o céu, como muitas noites faço, e uma lua cheia, brilhante me fez sentir mais tranquila. Dormi muito, para minha surpresa. Pensei que a última noite antes do grande dia seria de insônia, ou pelo menos mal dormida, como várias noites anteriores. Mas não. Dormi 10 horas seguidas de um sono reparador. E no dia D (de doutora mesmo) estava a mil. Um sol lindo me dava a energia que tanto necessitava. As horas passaram como minutos e logo chegou o grande momento.
Como sabia que era o espetáculo mais importante da minha vida, cuidei com carinho do figurino, da maquiagem e do penteado. Repassei o texto uma vez mais.
Na hora da atuação sou surpreendida que não teria 40 minutos para apresentar a tese, como é de costume, e sim 25 minutos. Com tal notícia começo a encenação, um pouco nervosa tenho que assumir, porém pouco a pouco a confiança vai tomando conta do meu ser e consigo sintetizar mais de 600 páginas de trabalho no tempo estabelecido. Ponto para mim!
Só que a grande prova ainda estava por vir. Os membros do tribunal fariam suas críticas e perguntas e eu teria todo o tempo que quisesse para a réplica. Fui anotando os vários pontos comentados por eles e os questionamentos que me lançavam. Depois, foi organizar o pensamento para conseguir ser mais clara o possível e mostrar que dominava o assunto.
Depois da minha réplica ainda tiveram novas perguntas e lá fui eu respirar fundo e encontrar forças para seguir explicando. Chegou um momento em que queria que tudo aquilo acabasse de uma vez. Sentia minha boca seca e as palavras em espanhol começaram a sumir do meu vocabulário.
Parecia que se davam por satisfeitos, falaram que foi um trabalho "titânico", que havia muitas teses dentro daquela tese, que a investigação despertava muitos questionamentos e discussão, o que era positivo, e que eu demonstrava que sabia muito mais do que havia escrito. Entretanto eu não estava satisfeita. Sabia que poderia seguir defendendo, e realmente é esta palavra, DEFENDENDO meu trabalho. Mas também sentia que minhas forças se estavam esgotando. Dei por encerrada minhas reflexões e eles também.
Era o momento da deliberação. Ficamos esperando do lado de fora, enquanto os membros do tribunal chegavam num acordo de como deveriam me qualificar. O tempo demorou a passar e finalmente nos chamaram novamente a sala, para dar o veredicto.
Todos de pé para o grande anuncio: “Doutora qualificada com excelente cum laude” . Escutei os aplausos e apesar de ter um sorriso imenso no rosto ainda não assimilava o que aquela frase queria dizer. O tempo parou, por alguns segundos não sabia como reagir. Fui então cumprimentar meu companheiro Matheus, que começou a chorar. Abracei meu diretor de tese, Manuel, que estava emocionadíssimo. Depois os membros do jurado e os amigos. Realmente foi uma emoção muito forte, ver meu esforço de tantos anos reconhecido. E não contive as lágrimas de alegria.
Sinceramente não esperava esta qualificação. Estava tranquila que tinha dado meu melhor, mas também sabia que havia pontos que necessitavam de aperfeiçoamentos... Obviamente a desejava, mas fui avisada de como estavam sendo rígidos para dar a nota máxima a uma tese de doutorado. Fiquei radiante, agradeci em pensamento a Deus, ao Espírito Santo, aos anjos e a Nossa Senhora, aos meus pais e a todos os demais, que sei que estiveram de longe rezando e torcendo por mim.
Ligar para minha casa no Brasil e contar a notícia aos meus pais foi outra grande emoção, ver a felicidade deles, faz valer a pena qualquer esforço.
Depois, proporcionei um jantar brasileiro, com direito a feijoada, picanha e caipirinha para aqueles que tinham me julgado. Foi realmente um jantar delicioso. Voltei como Doutora ao restaurante que havia trabalhado mais de um ano como “chica de la caipiriña” e fui recebida com muito carinho pelos colegas que continuavam trabalhando ali.
Voltei para casa zonza... de felicidade, de caipirinha, de cansaço. Hoje o dia está estranho. Um ciclo importantíssimo em minha vida se fechou. Estou curtindo um dia introspectivo, mas não de “bajon”, é de ressaca mesmo. Ressaca pela noite celebrada, pela tarde duramente vivida e pelos 6 anos de inacreditáveis experiências em uma terra estrangeira.
É ressaca, só que “cum laude”!

Obrigada a todos que me apoiaram durante todos esses anos!
Besitosss
Quel

domingo, 18 de octubre de 2009

O mais óbvio desejo

Desejo a vocês o mais óbvio que se pode desejar a um casal: MUITO AMORRR!!!
Amor infinito, sereno, apaixonado, infantil, maduro, platônico, intenso, devorador e criador... Amor seja lá como for.
Amor de muitas fases, momentos, contextos, que se perde o eixo, mas ganha-se o bom senso.
Amor de não perder nunca os olhos nos olhos, o toque carinhoso, o bom dia sorridente, e o boa noite "caliente".
Amor que permite a tolerância necessaria para superar as divergencias, que estimula a comunicação que sempre aproxima, o bom-humor para rir dos problemas e das bobagens do dia-a-dia, o companherismos para estar junto admirando a individualidade de cada um.
Amor que cuida dos detalhes e ganha novas dimensões.
Amor que cresce, se multiplica e da força para se seguir sempre adiante...
Amor!
Para dançar, sonhar, realizar, viajar, criar e procriar.
Para sentir, viver, brilhar, seduzir, errar, aprender e recomeçar...
Amar para ser sempre feliz!

Amo vocês!
Raquel

Obs. À Patrícia e Octávio, casadinhos há uma semana, e a todos que amam e curtem o blog.

martes, 6 de octubre de 2009

O presente é estar presente


Mais um ano se inicia... para mim!
Como o Ano-novo, aniversário é hora de fazer uma limpeza, mental, espiritual e física, renovar as energias e as esperanças.
E é assim que me sinto.
Em relação à idade não sinto a diferença de um dia para o outro, pois são mudanças que não tem tanto a ver com o número de primaveras completadas, mas com experiências de vidas, com o amadurecimento que VIVER trás.
Claro que às vezes me sinto uma velha e bate o desanimo para determinados programas. E porque não, às vezes criança, rindo a toa de qualquer bobagem e achando que o mundo é uma grande fantasia. Em alguns momentos necessito ser um bebê que quer colo, atenção, que quer brincar, comer e deixar a vida passar sem questinamentos.
Adolescência? Não tenho saudade. Não estou dizendo que não tenho saudade daquele momento de vida, que no meu caso, foi maravilhoso, uma fase como deve ser, de muitas descobertas, e que para mim também foi um momento de arte e grandes amigos. O que não tenho saudades é de como me sentia. Era angustiada, ansiosa, muitas vezes excessivamente melancólica. Queria viver tudo e era para ontem.
No geral me sinto uma jovem menina mulher adulta, ou mais que uma definição, me sinto bem. Ainda sou angustiada, ansiosa e agora, apenas em alguns poucos momentos sou excessivamente melancólica. Aprendi a lidar melhor com esses e muitos outros sentimentos. Agora sou muito mais... Ampla!
Multisentimentos cabem em mim, transbordam e liberam espaço para novas sensações.
Querer tudo para ontem, é um esforço inútil, que consome muita energia. Saudade tem que ser dorzinha boa. Nostalgia só permito em pitadas leves e para temperar determinados pratos.
A grande lição constantemente a aprender é que o mais importante é o meu hoje! Vivendo bem hoje, passado e futuro sempre se complementam com equilíbrio. Assim aceito na boa que tudo é transitório, e ao mesmo tempo, transformo o que eu quiser em eterno dentro de mim.
Presente não é bom só no aniversário, é bom todo dia. E o melhor presente? Estar presente. Viver e sentir a vida!!!

Esse ano, depois de muitos anos, estou podendo passar meu aniversário com minha família (parte dela, ok!) isso dá um sabor especial. Nos últimos anos tive o privilégio de me programar e fazer acontecer meus aniversários em diferentes lugares do mundo, o último foi no México, outro na Tailândia, um foi celebrado em Paris e é claro em Barcelona. Esse ano aconteceu sem muito programar a oportunidade de passar no Brasil e a viagem é outra!
Já que as distrações externas de uma nova paisagem não me seduzem nessa data, viajo em mim, no que sinto, no que penso, no que meus sentidos ousam captar e transfomar. Seduzo-me por mim, pelos os que estão comigo, os que estão perto e os que estão longe, mas não me deixam esquecer que estão juntos, e me seduzo por uma lua linda, um presente dos céus.

Obrigada!


Quel

jueves, 1 de octubre de 2009

Volver

Voltar tem sempre o mesmo gosto e ainda sim é diferente.
Sei que serei recebida com os braços abertos e depois fechados num abraço bem caloroso, com o melhor dos sorrisos, possivelmente acompanhado com lágrimas, mas de alegria pelo reencontro. Com uma mistura de silêncio de contemplação pelo momento que está sendo vivido e um turbilhão de frases que iniciam vários assuntos que não se concluem, porque uma nova pergunta precisa ser feita, ou um novo fato deve ser anunciado.
Voltar a casa tem sempre essa sensação gostosa que se repete, de aconchego, colo, proteção. De voltar ao um lugar seguro e cheio de amor. Mas também tem o diferente.
Detalhes da casa que mudaram, um animal novo que faz parte da família, e a transformação de cada ser que ao se reencontrar percebe, que a essência segue igual, mas que os anos trazem mudanças, algumas beneficiosas, outras nem tanto, mas todas fazem parte de um processo natural chamado viver.
São mudanças que podem ser mais notadas, como as mudanças físicas de um cabelo que está mais grisalho, uma pele com mais rugas, ou um corpo com uns quilinhos a mais ou que já não tem a mesma saúde de outrora.
Também são mudanças sutis, transformações que expandem a alma, e talvez, só porque estive distante sou capaz de perceber com tal nitidez. Mudanças de força de vontade, de devoção, de agradecimento, de sabedoria e tranquilidade. E nessa, acabo notando que eu também já não sou a mesma de quando parti, trago uma bagagem cultural e experiências de vida que só foram possíveis graças aos meus anos no exterior.
Meu coração agora está dividido entres dois países e pessoas de ambos lugares e ainda sim sou a mesma filha, irmã e amiga de sempre.
O tempo e a distância nem sempre é esquecimento, ou servem para curar feridas, mas sim, para fortalecer os laços de amor que são reais, onipotentes, subversivos e transcendentais.

É muito bom "volver"a escrever no blog!
Besitossss a todos
Quel

viernes, 11 de septiembre de 2009

Open to the Opera


Poucas vezes tive a oportunidade de assistir uma ópera. Há vários anos atrás assisti a “Flauta mágica” de Mozart e pensei: Por que será que eu tinha a errônea idéia que ópera era chata? Talvez, naquele momento, pensasse que era muito erudito, e por ser em um idioma estrangeiro não entenderia nada. Equívoco total. Com um mínimo de conhecimento sobre a história da ópera que se vai assistir é possível entender perfeitamente, porque os sentimentos das canções se vivenciam com tal plenitude pelos cantores e pela orquestra, que é impossível não se sentir envolvido por tal arte e história.
Passaram-se vários anos sem que eu assistisse outra ópera, pois sempre me parecia caro as entradas deste tipo de espetáculo.
Nos últimos tempos tive a oportunidade de ganhar entrada a duas óperas. Uma nada convencional, Ópera y Flamenco, uma combinação a principio estranha, mas que resulta num espetáculo único e grandioso de expressão artística intercultural. (Vale a pena ver o link!)
Ontem assisti “La Traviata” e mais uma vez fui invadida por uma grande emoção por presenciar tamanha arte no meu teatro favorito, o Palau de la Música Catalana.
Senti-me privilegiada por novamente entrar nesse espaço sagrado da arte e da cultura modernista catalana e ver a maravilhosa obra de Verdi.
Ali sentada desejei que mais gente tivesse oportunidade de visitar aquela obra de arte em forma de teatro e "se abrir" para assistir uma ópera.

Há dias estou pensando que tenho que voltar a escrever no ComuniQuel, e claro, como ando tão ocupada, os dias vão passando... mas hoje não podia deixar de dividir esse encantamento com vocês. E convida-los a ver um vídeo de "Sempre Libera", uma das canções que mais gosto da “La Traviata”.





Obs1: Saudades e espero em breve poder voltar a visitar o blog de vcs.
Obs2: Joice, simplesmente: Obrigada!

besitosss
Quel

jueves, 23 de julio de 2009

Arriscar é preciso


Ás vezes aposto, mesmo sabendo que o jogo será arriscado.
Tenho a certeza que pode falhar, e a esperança que pode dar certo.
E se existe esperança, então porque não arriscar?
Arrisco!
Afinal posso perder, mas também posso ganhar, e de todos modos tenho a convicção que tentei. Que fiz o meu melhor, porém o meu melhor naquele instante, não é o melhor que posso fazer com algo mais de tempo, de tranqüilidade, de discernimento...
Na hora que a roleta pára e o número apostado não é vencedor, penso no que perdi ao apostar: a energia, o tempo, a ilusão.
E por um momento esqueço o que ganho com a perda. Porque sempre ganho. Não no exato momento da perda, porque o foco está muito direcionado para a o sentimento da derrota, do fracasso. É o prêmio pode ser uma incognita ainda por desvelar.
Depois que a fumaça se dissolve e a luz volta a incidir, num clarão se faz presente à conclusão: O jogo não acabou, ainda tenho mais fichas para apostar, preciso me preparar para jogar melhor a próxima partida.
Eu jogo não pela vitória de cada partida, ou da totalidade do jogo, mas por aquela vitória mais complicada, que expressa tão bem Aristóteles: “A vitória mais difícil é a vitória sobre si mesmo”.
Por um instante já me sinto autenticamente vitoriosa, pois fui derrotada sem me render. Passado alguns minutos não sou a vitória, nem a derrota, sou A eterna guerreira. A vitória e o fracasso por si só são impossíveis, é preciso recebê-los com idêntica serenidade e um saudável toque de desdém.

"Não fique pensando que essas vitórias serão fáceis
Pois nesta vida de perde e ganha,
ganha quem sabe perder
E perde, perde, que não sabe ganhar
Por isso você precisa aprender a jogar" Jorge Ben Jor

sábado, 18 de julio de 2009

Tão natural, tão natureza, tão integrada

Expectativas, fechamento de um longo ciclo, motivação e receio pelo novo, dúvidas, certezas, tristezas, alegrias, conquistas, decepções, desapego, despedidas, questionamentos, reflexões, confirmações, mudanças, planos, gratidão e fé…
Fases da mesma lua, que a cada momento se mostra única, diferente e ainda assim é a mesma.
Cada dia distinta, capaz de sentir muito ou não sentir nada.
Turbilhão de emoções ou pura calmaria.
Tão natural, tão natureza, tão integrada.
Quando o dia desperta ensolarado, sorri e se entusiasma.
O corpo aquecido pelo flerte do sol traz aconchego à alma que sente gratidão.
Se uma brisa acaricia seu rosto, imediatamente sente a nostalgia de momentos vividos. A saudade gostosa dos momentos bem vividos, das pessoas que passaram...
E se acaba nublando, e o céu fica cinza, as memórias dos tempos difíceis vem à tona, mas já quase não sente dor...
Se o tempo é imprevisível, e não sabe que clima tocará no próximo instante, conhece sem vacilação que o bola de fogo no céu mais uma manhã estará… mesmo que se esqueça de olhar para o alto e verificar ou que as nuvens insistam em cobri-la.
Assim procura pensar quando esta numa enrascada, e a certeza de dias melhores a faz avançar. A certeza que algumas coisas sempre estarão em seu lugar, quando dentro dela tudo é um caos.
Sente o Amor!
Quando chove, nem sempre chora, às vezes ri e dança porque sacia sua sede de viver e recomeçar.
Equilibra seu yin yang como os movimentos circulares e fluidos do Tai chi chuan, que parece uma dança, mas sua essencia é de luta, de arte marcial, afinal sabe que seu corpo e sua mente sempre estão “peleando”. Nada impede que a respiração se faça mais presente e um passo de kung fu quebre o ritmo.
Mas se a música toca forte, sua mente abre passo e seu corpo cae no samba.

martes, 7 de julio de 2009

Smile

Há momentos na vida que parece tão difícil sorrir. Mas é justamente nesses momentos que precisamos olhar para o céu é agradecer por estarmos vivos e mesmo com um esforço sorrir.
Estou triste por saber, hoje, da morte de uma amiga, estou triste pela morte de Michael Jackson...
Por isso deixo aqui minha homenagem à Adriana Cuel, através do própio Michael Jackson, com sua interpretação da canção Smile, composto por Charlie Chaplin para seu filme Tempos Modernos em 1936.
Em 1954, John Turner e Geoffrey Parsons, escreveram uma letra para esta música que foi interpretada por diversos artistas como: Barbara Streisand, Nat King Cole e até o nosso Djavan fez uma versão em português.
Como desejo um sorriso de cada leitor que lea/vea este post, os deixo com a letra, e o video com fragmentos dos filmes de Chaplin (uma marvilha!!! digna de vários sorrisos), com Smile interpretada por Michael Jackson. Brook Shields, na despedida de Michael, disse que esta era sua canção favorita. E eu, faz tantos anos que nem sei, desde que vi Tempos Modernos sempre gostei demais e me emociono toda vez que a ouço.

Smile though your heart is aching
Smile even though it’s breaking
When there are clouds in the sky, you’ll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll see the sun come shining through for you
Light up your face with gladness

Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That’s the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?

You'll find that life is still worthwhileIf you just smile
That's the time you must keep on trying

Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile



Um abraço bem apertados a todos, com o meu melhor sorriso!
E o desejo que possamos sempre viver intensamente (e bem) todos os momentos de nossa abençoada vida.

Dri, doi saber da sua ausência, mas o seu sorriso, ao lembrar de você em vida, me enche o coração.

Quel

jueves, 18 de junio de 2009

Na reta final!!!



Amigos,
Agora não tem mais jeito, já tem data marcada e vou fazer de tudo, e mais um pouco, para conseguir.
Dia 1º. de julho tenho que entregar minha Tesis de Doutorado para a comissão analisar e dar “el visto bueno” (ojalá!!!), para depois poder me programar para defendê-la.
Ainda tenho uma lista de coisas para fazer em relação a “mi gran chica" até que ela esteja pronta. Então, só venho justificar meu sumiço e pedir a boa vibração de vocês para que TUDO que ainda tenho que fazer esses próximos dias flua bem.
Besitosssss
Quel

domingo, 7 de junio de 2009

Nua Lua





NUALUA

VESTESEDELUZ


EMEDEIXACHEIA


LUACHEIADELUZ


LUASEDUZ



Foto: Raquel Gomes.
Luna dorada en playa andaluza


Hoje é noite de lua cheia, não deixe de olhar o céu, iluminar-se e agradecer!

Uma semana cheia de luz a todos!
Besitos
Quel



Escrito sob a luz da lua do dia 20/05/2008.

martes, 2 de junio de 2009

A dor da dúvida

Despertei-me com sua voz, que insistia em fazer meu sonho evaporar e viver a vida real.
Levantei-me preguiçosamente, Ele também se espreguiçava esticando todo o corpo e olhando-me fixamente. Sabia o que Ele esperava de mim. E como sempre, acaricei sua cabeça, seu corpo, falei algunas poucas palavras, alimentei-o e abri as portas de casa para seu passeio matinal.
Ele não tinha uma hora exata para voltar, às vezes passava o dia inteiro na rua, podia chegar de madrugada, ou até mesmo demorar algunos dias, mas sempre voltava.
Às vezes voltava inteiro, às vezes machucado, mas sempre voltava.
Até que nesse dia não voltou. Tentei me acalmar e pensar que ele apareceria a qualquer instante. Os dias passaram e nada. Não perdi a esperança e continuei acreditando que quando menos eu esperasse, Ele haveria retornado.
Andava pelas ruas tentando encontrar seu rastro, via seu rosto em outros rostos, e tentava me consolar, pois ainda tinha a companhia do Outro.
Mas cada um é um, e Ele não é igual ao Outro. Sentia falta de coisas que só Ele fazia, a nossa relação era única.
Amava intensamente Ele e o Outro, e só quando o Outro morreu foi que eu realmente perdi a esperança, mas a dor da desaparição é uma dor muito extranha. Por um lado a aflição de pensar em tudo de mal que pode ter acontencido, entretanto há também o lado, de sempre pensar que Ele seguia bem e vivo.
Havia passado tempo demais e tive que assimilar que Ele simplesmente desapareceu.
Saudades...


A vida é um constante jogo de ganhar e perder. Ganhar ou perder um trabalho, uma aposta, ou a concorrência. Ganhar ou perder um bichinho de estimação, filho, irmão, amigo, namorada, neta...
Ganhar, geralmente, é a parte supostamente fácil, boa, mas perder…
Perdemos porque desistimos, separamos...
Perdemos por morte ou desaparição.
Sumir, escafeder-se, ocultar-se, extinguirse…desaparecer!!!
Deixando aquela incognita no ar, aquela contradição de sentimentos, a sensação de ter que tocar a vida adiante e não conseguir, pensar que tudo está perdido e pensar que ainda há solução.
Desaparecer gera o sentimento horroroso da dúvida que não consegue ser sanada.

Por isso hoje, pensando no meu gatinho que desapareceu e como já pude reagir, mas pensando principalmente nas famílias dos passageiros do acidente do voo da Air France, pensando na família Amieiro com a desaparição da engenheira Patricia Franco, vendo o sofrimento dos pais de Marta Del Castillo e de todos os outros pais que tiveram seus filhos desaparecidos, e muitos outros casos distintos. Pensando na dor daquele que sofre a desapariçao de um ente querido, me solidarizo com essa dor e invoco justiça, eficiência na resolução dos casos, compaixão e respeito pelos que sofrem essa dor, essa dúvida.

Acessem:http://www.cadepatricia.com.br/
http://www.disquedenuncia.org.br/

sábado, 30 de mayo de 2009

Momento coruja total!!!!!

Vou ser direta e verdadeira: estou aqui para fazer publicidade e para expor meu lado coruja total!!!!
Não sou mãe (ainda), mas há 18 anos sou madrinha. Mas a minha afilhada não é uma afilhada qualquer, claro!!! É um menina (para mim sempre será uma menina), que no auge da sua juventude, está descobrindo a vida e descobrindo-se.
A Laís é inteligente, adora escrever, tem bom gosto, é divertida, super amiga, enfim vou deixar para que descubram vocês mesmos o porquê sou tão coruja e orgulhosa de ser a dinda dela.
Então, acabando o momento babação de ovo, puxação de saco, fã, madrinha coruja total!!! Passo ao momento publicidade.
A Laís criou seu primeiro blog, ou seja, acaba de perder a virgindade da blogesfera, e claro, de maneira virtual, pretende ter experiências e relações no ciberespaço.
Entretanto, eu como madrinha que me preocupo, e que prezo muito mais pela qualidade do que pela quantidade de suas relações, venho divulgar o blog dela, a vocês meus amiGOs.
E que ela descubra que o bom de ter um blog é escrever um post caprinhado, compartir histórias, pensamentos, reflexões, descobertas e angústias, mas também receber comentários interessantes, e visitar blogs (como o de vocês) que oferecem tanto. E em alguns casos, dessas visitas e comentários, surgem "relações" passageiras, e outras de admiração, amor e amizade verdadeira.

Um ótimo fim de semana a todos!
BesitosQuel
http://www.leisdalais.blogspot.com/

Ah! No GO havia uma ferramenta para recomendar blog aos amigos, alguém sabe se isso também existe aqui, no blogger?

martes, 19 de mayo de 2009

Empacada

Às vezes empaco.
Não posso retroceder e não consigo avançar
Não no ritmo que desejo.
Nessas horas o que fazer?

1ª opção: revoltar-se
2ª opção: sentar e chorar
3ª. opção: esperar “algo” acontecer e me desempacar
4ª opção: rezar para que algo aconteça
5ª opção: mudar de estratégia
6ª opção: ignorar, só por um tempo, e colocar atenção em outra coisa
7ª opção: dormir e esperar sonhar com a solução
8ª opção: adaptar-se à nova situação
9ª opção: dividir o empaco com outras pessoas e descubrir como cada um sai de situações empacatórias.
10ª opção: NDA - nenhuma das anteriores

Coloquei no meu msn a palabra empacada. No segundo dia uma amiga me disse:
- desempaca!!!
- tá difícil, levo dias empacatas
- eu tbem empaco às vezes.... na verdade eu congelo....paraliso!
- mas eu tô bem...saindo de uma dessas fases de congelamento...rs
- e dai qual a sua estratégia para descongelar, desparalisar, desempacar?
- ai sei lá viu.... chega um momento que eu saco que eu congelei...olho pra trás... consigo visualizar o ciclo... aí consigo começar o movimento contrário....
- hum…
- isso acontece às vezes.... já to meio acostumada...rs
-...interessante
- inclusive...tô indo na terapia agora mesmo...... preciso ir, beijos!!!!!!!
- e cada vez consegue iniciar o movimento contrário com menos dor e mais precisão, verdade?
- sim, cada vez é mais fácil
- vamos falar no skype qq hora dessas!
- claro! eu quero!!!
- qdo eu levanto de manhã e começo a arrumar a casa... meu quarto, faço café da manhã...percebo que tô descongelando.... é um sinal muito muito claro, que tô mudando de rota...Tenho que ir!
- ok! Tô com muitas saudades!
- eu tbém!!
- te adoro!!!
- eu tbém!!!!
-bjos
-bsitos

Com dois minutos de conversa já me sinto melhor. Empacar é um processo natural daquele que se move. Só quem quer seguir adiante pode se sentir empacado em algum momento.
Sei que em questões de dias me desempaco, enquanto isso avanço com outro ritmo, e aproveito para em cada momento agir de uma forma. Choro, rezo, ajo, mudo de estratégia, aceito, me rebelo, mudo o foco, durmo, sonho, desperto, tenho insônia, regulo o foco, adapto e divido o empaco.

E vocês, como desempacam?

Obs: na verdade é a tesis que está empacada, estou escrevendo o ÚLTIMO capítulo, um capítulo que já está todo estruturado, mas como dependo da boa vontade de outras pessoas para realizar algumas entrevistas, não posso avançar como quero.

Besitosss
Quel

Ah! Obrigada a todos aqueles que sempre tentam me desempacar dando um empurrãozinho.

domingo, 17 de mayo de 2009

Para educar a uma criança, é preciso de toda a tribu

O dia de Internet se celebra hoje, 17 de maio, em Espanha, organizado pela Associação de Usuarios de Internet. Foi comemorou por primera vez no dia 25 de outubro de 2005. Pouco tempo depois, a Cumbre da Sociedade da Informação, celebrada en Tunísia em novembro de 2005, decidiu propor a ONU a designação do dia 17 de maio como o Dia Mundial da Sociedade da Informação, o que fez com que se alterasse o denominado Dia de Internet a esta data.

É um dia dedicado a fomentar, aproximar e comunicar os beneficios de Internet e das novas tecnologías. Pretende dar a conhecer as possibilidades que oferecem as novas tecnologias para melhorar o nível de vida dos cidadanos. Porém este ano o enfoque é distinto.

"Proteger a infância no ciberespacio" é o lema que escolheu este ano a ONU para a comemoração desse dia. Pertinente escolha, já que as crianças, muitas vezes, dominam mais as tecnologicas que os pais, mas saber como funciona, não quer dizer saber usar, usar adequadamente. As crianças e jovens teem accesso a uma ferramenta muito potente, mas desconhecem toda a sua magnitude, seja para as maravillas que se pode encontrar ou os perigos que contém a Red.

"Ao navegar pelo ciberespacio à procura de informação e diversão e criar suas redes sociais, também resultam serem os mais expostos à exploração", afirma o mandatario da ONU. "Sem a devida proteção, suas valiosas vidas correm graves riscos no perverso mundo dos ciberdelinquentes e dos pedófilos, que sempre estão a procura de presas fáceis". diz Ban Ki-Moon

É preciso orientar, educar e se preciso, controlar a maneira como os pequenos usam Internet. Em muitos casos a educação passa primeiro por professores e pais.
Ciberfamilias é uma web dedicada aos país e educadores interessados em conhecer melhor Internet e se informar sobre as questões relativas a segurança dos menores.
Outra iniciativa que vale a pena conhecer é a
Universidad de padres. Um projeto pedagógico para colaborar com os pais durante todo o processo educativo de seus filhos. A idéia fundamental deste projeto é que toda a sociedade deve ajudar nesta tarefa.
O lema deles é claro: “para educar a uma criança, é preciso de toda a tribu”.
Estejamos sempre atentos a nossas crianças!

domingo, 10 de mayo de 2009

No mesmo compasso


Hoje é dia das mães ai no Brasil, aqui na Espanha foi domingo passado e vai saber se a data não é diferente em algum outro lugar do mundo. Isso só prova que essa história de UM dia para celebrar o dias das mães, como minha mãe diz: “É besteira!”.
Está certo, não posso negar. Acredito sim, que todos os dias são dias das mães, pais, crianças e amigos. E não perco uma oportunidade de dizer as pessoas que amo o quanto elas são importantes para mim. Mas eu gosto de datas pré-esbelecidas. Sou assim. Gosto da expectativa de ver aquela data chegar e pensar em algo especial para o ocasião. Sou tão boba que gosto até de comemorar aniversário de mês do meu namoro, quando já levamos 4 anos juntos.

Mas hoje é dia das mães (no Brasil) e quero fazer minha homenagem a minha mãezinha. É que ela não para de me surpreender com sua generosidade e seu espírito jovem. São muitas as histórias. A que vou dividir com vocês é sobre um tema muito comentado por nós, o fechamento da comunidade do GO.

Quando comentei com ela que ia fechar, ela ficou super triste, porque é umas das minhas fiéis leitoras e me disse que eu tinha que copiar todos os textos e não perder nenhum! Sempre que nos falávamos ela perguntava se eu já havia copiado tudo, e eu sempre respondia que ainda não havia terminado, afinal eram muitos textos.
Ela parou de perguntar e quando contei que estava escrevendo um novo ComuniQuel, ela me disse que havia impresso todos os textos do outro blog. Que foi num lugar e ficou lá mais de uma hora, para a “menina” poder imprimir, e me disse: “agora tenho um montão bem grosso dos seus textos, parece um livro. E posso ler os textos que gosto pouco a pouco e quando eu quiser”.
Vai dizer que isso não foi “fofo”?
A grande vantagem de escrever agora no blogspot, é que o endereço do blog ficou bem mais fácil (www.comuniquel.blogspot.com), já que ela sempre reclamava que era muito difícil passar o endereço (www.globoonliners.com.br/icox.php?mdl=pagina&op=listar&usuario=6707&mostrar=meublog) ou explicar como acessar para suas amigas.

Aproveito para publicar aqui um texto que escrevi para ela no ano passado e estava publicado lá no GO.
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Uma das piores coisas de morar na Catalunha não é adaptar-se aos costumes, a comida, ao tempo, as pessoas, ou a possibilidade de às vezes não ter trabalho ou onde morar. A pior de todas elas é a SAUDADE. Estar distante, e por longo tempo, dos familiares e dos amigos queridos muitas vezes, é a pior dor. Para amenizar a maior de todas as saudades, a da minha mãe, tentamos nos falar com frequência por computador e telefone. E uma ligação é o suficiente para aquecer minha alma, me deixar com um sorriso no rosto e o coração mais tranquilo. Minha mãe é daquelas pessoas naturalmente sábias. E da nossa última conversa ao telefone surgiram essas palavras:

Da minha mãe aprendi a ser amada e amar.
Da minha mãe aprendi a ser tolerada e tolerar.
Da minha mãe aprendi a ser perdoada e perdoar.
Da minha mãe aprendi a ser respeitada e respeitar.
Com minha mãe aprendi a ter fé, fazer minha parte e acreditar que o melhor sucederá.
Com minha mãe rio, choro, confesso, grito, danço e me completo.
Minha mãe diz que sou um sol, uma benção, um presente de Deus em sua vida.
E eu, digo que ela é uma graça divina dia-a-dia na minha.
Minha mãe me faz sentir sua presença em minha alma, quando pela distância, não é possivel de seu corpo um abraço.
Minha mãe esta comigo e eu estou com ela, quando olhamos, o céu, as estrelas, a lua e o sol.
Sou a extensão da minha mãe e muito mais...
E nosso coração bate no mesmo compasso.

A orquídea e a flor preferida da minha mãe e significa a entrega do coração. Perfeito para presentear a minha mãezinha Simone e todas as mamães que por aqui passarem. Meu abraço forte a todas as mães e um especial para minha!
Quel

viernes, 8 de mayo de 2009

Um vírus pior que porcina? O medo!

Comecei a me preocupar com a gripe porcina. Não com a gripe especificamente, mas com a manera que vem sendo noticiada, me parece um exagero, um alarme mediático, que mais assusta aos cidadanos que informa. E expalha um vírus muito pior: o medo. Pensei em escrever sobre o assunto, mas encontrei alguém muito mais capacitado e adequado para expor sobre a gripe e como a noticia está sendo transmitida pelos meios de comunicação. Marc Siegel é especialista em gripe porcina, professor de Medicina da Universidade de Nova York e concedeu uma entrevista ao periodista Lluís Amiguet do cibermedio espanhol La Vanguardia.es

Reproduzo abaixo esta relevante entrevista em espanhol, acreditando que está fácil compreender, qualquer dúvida estou a disposição.

"Esta gripe durará lo que dure en los informativos"
Hoy he llevado a mis tres hijos al cole como cada mañana y he notado que el conductor del autobús al que saludo cada día antes de que salga de ruta tenía ojeras y cara de preocupación...
Me ha dicho que se sentía mal, que tenía miedo de tener la gripe porcina...
¿Qué le ha dicho usted?
¡Que, por Dios, se dejara de virus y cuidara de la vida de mis hijos descansando bien para conducir! Y que si yo tuviera la mínima duda sobre la posibilidad de un contagio, no dejaría que mis hijos fueran al colegio.
Un buen argumento.
El pobre hombre sufría hipocondría causada por los medios de comunicación y esa gripe del miedo me preocupa más que la porcina. Y la están alimentando los estados: ¿Por qué tiene que salir todo un jefe de Estado a hablar por la tele de una vulgar gripe?
Es una oportunidad de lucirse.
Bastaría con un subsecretario; cualquier portavoz médico sería suficiente. Ese pánico irresponsable alimentado por las autoridades está causando mucho más daño que ningún virus y un enorme perjuicio económico en billones de dólares.
La economía mexicana está colapsada.
¡Y ni siquiera está claro que no viajar allí reduzca los contagios! ¡Pobre México! Mire, cuando uno va a México, la gripe porcina es, con mucho, la última en la lista de cosas por las que preocuparse.
¿Tan poco le preocupa esta gripe?
Es incluso más benigna de lo que imaginaba en un principio; está resultando suave: poco contagiosa y poco peligrosa.
Hay muertos.
Como cada año. Cada año la gripe causa miles de muertos sin que merezcan ni un segundo de televisión ni un titular ni siquiera en internet. Les pido que utilicen su circuito humano neuronal de la razón y el sentido común y bloqueen el centro neuronal del miedo que compartimos con los animales.
Ayúdenos, doctor.
Vayamos al epicentro de la pandemia: México DF tiene 20 millones de habitantes; pues bien: apenas ha habido un millar de casos.
Tal vez las autoridades mexicanas no han sido ni precisas ni eficaces.
¡Eso es otra barbaridad: afirmarlo alegremente así sin pruebas! ¡Qué linchamiento moral de todo un país sin más fundamento que los clichés y nuestra pretendida superioridad! Ya veremos quién se ha equivocado.
¿No cree que ha habido mala gestión de la pandemia en sus inicios mexicanos?
No lo sé. Simplemente no lo sé. Y tampoco creo que nadie lo sepa ahora mismo. Me parece injusto que se dé esa impresión sin contrastarla con datos. Lo sabremos más adelante cuando la pandemia no salga en la tele y ya sólo nos interese a los especialistas.
Tal vez sean miles los infectados y los contagios hayan sido ocultados.
Incluso si fueran cinco veces más de lo que han declarado las autoridades, seguirían siendo estadísticamente inapreciables: cinco mil contagios sobre veinte millones. Adecue su temor a esa estimación estadística.
¿Esta gripe no le parece preocupante?
Desde luego no debemos ignorarla: hay que monitorizarla, controlarla y seguir su evolución, pero es de las benignas: ni siquiera superará a la de Hong Kong de 1968.
¿Podría transformarse en muy dañina?
El virus puede evolucionar a peor: eso es posible, pero no entra dentro de mis pronósticos y he estudiado muchas gripes. Este virus no aguanta más de dos contagios y ya está debilitado. Es una pandemia suave.
Con cobertura mediática virulenta.
Eso sí es preocupante: la propagación instantánea del virus del miedo a través de los medios nos está perjudicando más que la gripe. Lo realmente nuevo en este virus es esa cobertura que internet ha convertido en instantánea: ¿cuántas veces al día oímos la palabra gripe o la leemos?
Así no hay quien la olvide.
Esta gripe, la del 2009, durará lo que dure en las teles, radios y portadas de internet y de diarios. Poco a poco los programadores y directores verán que no da audiencia y la relegarán a espacios secundarios y al final no darán nada sobre ella.
¿Porcina es el nombre adecuado?
Está claro que proviene de los cerdos. Esta mañana yo estaba en la tele cuando un ciudadano nos ha enviado un correo: "Dice usted doctor que esta gripe viene del cerdo, tiene similitudes con la gripe aviar y se contagia entre humanos: ¿Eso significa que los cerdos por fin van a volar?"
Tiene gracia, pero no sé si ahora...
Al contrario: desdramaticemos. Sólo así eres capaz de actuar con acierto. El miedo es el que hace bajar la guardia. A ver: recuerde en todo momento que tenemos antivirales que funcionan y que estamos diseñando una vacuna sin problemas si es que al final hace falta. Más o menos como nos pasa cada año con las gripes.
¿Y si el virus se transforma y empeora?
En el peor de los casos, con quedarnos en casa un tiempo desactivaríamos con eficacia su propagación.
Se especula con un virus fabricado.
Si fuera un virus creado por terroristas sería más letal: se lo aseguro. Tampoco está concebido en un laboratorio multinacional: no sería tan benigno. No es tan diferente de otras gripes - muchas ni fueron noticia-de nuestra historia.

Um fim de semana com muita tranquilidade e bom humor, que essa é sempre a melhor maneira de enfrentar qualquer situação.
Ah! O cartoon acima foi enviado pelo bem humorado amigo Marcos Santos.
Besitossss
Quel


domingo, 3 de mayo de 2009

“Antes mesmo de fazer teatro, nós somos teatro”

Quando li a manchete da morte de Augusto Boal imediatmente senti um nó na garganta. Lembrei-me de seu entusiasmo em um workshop que tive o prazer de fazer com ele.
Entristeci-me em pensar que aquele dramatugo, ensaista, diretor de teatro e criador do Teatro do Oprimido não estava mais entre nós.
Ao ver uma cobertura pobre na mídia sobre Augusto Boal senti vontade de escrever, para contribuir com um grãozinho de areia, para que esse homem receba as homenagens que mereça e que mais pessoas percebam a grandiosidade desse ser.
Augusto Boal, 78, faleceu neste sábado (2) de insuficiência respiratória, no Rio. Mesmo diagnosticado com leucemia não deixou de viver intensamente sua história. Sempre atuante, ainda no final de março encontrou forças para participar de uma confêrencia da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em Paris, onde recebeu o título de Embaixador Mundial do Teatro. Também um título desse EMBAIXADOR MUNDIAL DO TEATRO, merecia um derradeiro esforço.
Em 2008, foi indicado ao prêmio Nobel da Paz devido ao reconhecimento a seu trabalho com o Teatro do Oprimido, uma metodologia internacionalmente conhecida que alia teatro à ação social. No dia 16 de março do mesmo ano, atores, teatrólogos e militantes da cultura comemoraram pela primeira vez o Dia Mundial do Teatro do Oprimido. A data foi escolhida por ser a mesma do nascimento de Augusto Boal.

Esse post não é para escrever sobre a história de Boal ou do Teatro do Oprimido é simplesmente meu desejo que seu exemplo, de uma pessoa que dedicou a vida à transformação social por meio da arte , seja um exemplo a seguir por muitas outras pessoas.

Augusto Boal será cremado essa tarde de domingo. Melhor escolha para a decomposiçao do seu corpo não poderia existir. O fogo, na Idade Média era considerado como o mais nobre dos elementos, aquele que mais se aproximava à Divinidade. O fogo passou a ser utilizado em rituais religiosos e predominou a creencia que ao queimar o cadáver, com ele seria queimado todos os seus defeitos e ao mesmo tempo a alma se libertaria. A cremação teve como base a força purificadora do fogo. Os orientais acreditam que nas ceremonias de cremação se pode esperar obter atitudes benévolas dos deuses, buscando conducir as almas ao Reino dos Mortos e ali, quando chegassem seriam recebidas e cuidadas com carinho.

Pensando em tudo isso, na ritualidade do fogo, do teatro, não me entristeço mais por pensar que a presença fisica de Augusto Boal não está mais entre nós, já que seu legado investigativo, cultural, artístico, social e político terá a benção dos deuses para ser imortalizado em países de todo o mundo.

Abaixo está um video, que mostra mais sobre Augusto Boal e seu trabalho.



Paginas Amarelas do Teatro do Oprimido: http://www.theatreoftheoppressed.org/

Site do centro do teatro do oprimido:http://www.ctorio.org.br/

CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO. Av. Mem de Sá, 31 - Lapa Rio de Janeiro - RJ
Tel:(21) 2232-5826

"Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!" Augusto Boal

jueves, 30 de abril de 2009

Tesis

Tenho escrito pouco neste blog e no cantinho de vocês, e pensei que assim continuaría, já que ando super envolvida em escrever minha Tesis. Acho que a maioria de vocês sabem que faço um doutorado em Comunicaçao Social, afinal está ai ao lado, no meu perfil. Finalizei um “máster en ciberperiodismo y lenguaje” e minha tesis da sequencia com o estudo da produção digital de dois jornais do Brasil e dois aqui da Espanha: Folha Online, O Globo Online, La Vanguardia.es e El País.es
Se vocês quiserem outra hora conto com detalhes (aos poquinhos) os muitos aspectos que analizo desses cibermeios. E essa é minha proposta para vocês, uma viagem diferente. Como não estou em condiçðes mentais e físicas de escrever sobre outras coisas, me proponho a dividir com vocês as viagens e neuroses de uma doutoranda... cruzcredo!!!!!! hehehe

Claro que vou acabar me desabafando com vocês em algum momento, porém mais que tudo, quero dividir um monte de coisas bacanas que vou descubrindo na Internet, que faz parte e às vezes não..rsrsrs dos meus estudos. E claro, quero feedback, ou “retroalimentación”, como se diz em espanhol, afinal uma das coisas mais interassantes da Red (e dos jornais digitais) é sua interactividad.


Besitosssss

Quel

viernes, 24 de abril de 2009

Movimento Blog Voluntario - Cibernarium

O que tem de comum: espanholes, brasileiros, romenos, magrebíes, angoleses, colombianos, peruanos, mexicanos, chilenos,eslovenos, nigerianos, mulheres, homens, jovens, senhores e senhoras, aposentados, desempregados e trabalhadores, deficientes fisicos e mentais, presidiárias, cidadãos livres e outros nem tanto, gente pobre, bem pobre e com dinheiro?
Difícil saber a resposta?
Todas essas pessoas foram meus alunos. Sou formadora de alfabetização digital em um centro que se chama Cibernarium em Barcelona.
Cibernarium é um multiespaço impulsado pela prefectura de Barcelona dedicado a divulgação e capacitaçao gratuita sobre Internet e novas tecnologías.

Por um lado, Cibernarium imparte formação de nível básico orientada às pessoas que não estão familiarizadas com as nuevas tecnologias, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida pessoal e laboral dessas pessoas.

E por outro lado, organiza sessões, seminários e oficinas de capacitação digital específicos para professionais (desempregados e em ativo), empreendedores e empresas de todos os setores. Presta especial atenção a divulgação tecnológica no mundo educativo e aos coletivos com especiais dificuldades.

Tenho o privelegio de atuar no berço do projeto, mas o sucesso foi tanto que não demorou a se extender entre 9 cidades da Europa e da América Latina. E nosso Brasil está entre elas. Com a missão de desenvolver estratégias locais para fazer frente à exclusão digital estão as seguintes cidades: Barcelona e San Sebastian na Espanha, Bruxelas na Bélgica, Tampere na Finlândia, Maule no Chile, David no Panamá, Quito no Equador e Porto Alegre e São Paulo.

O Cibernarium conta uma sala on-line, onde os cidadãos podem utilizar os computadores e acessar a Internet sem custo nenhum, e a sala de formação, onde são oferecidas mais de 200 vagas por mês, em um curso que aborda temas como introdução a informática, Windows, edição de textos, planilhas eletrônicas, power point, photoshop, creação de blog, HTML e navegação de Internet.

Os contatos de Cibernarium
Em São Paulo são:
Av. São João 473, térreo
Galeria Olido - Térreo
Perto do metrô República - Centro de São Paulo/Capital
Fone: 3223-3694

Em Porto Alegre:
Unidade Usina do Gasômetro
Av. Presidente João Goulart, 551
4º andar
3433-7652

Divulguem, conheçam e participem do Cibernarium!

Colaborem com o Movimento Blog Voluntario

martes, 10 de febrero de 2009

Pra lá de Marrakech - Final


Em nosso último dia em Marrakech, eu fui parar pra lá de Marrakech. Literalmente. Eu quería ir muito além de “pra lá”, queria ir ao deserto desse país e passar a noite acampando, mas isto estaria a uns 500 km de distância e com apenas uns poucos dias nesse país não seria possível. Planos para uma outra viagem.
Nosso destino era muito mais próximo, porém bem diferente do visto e vivido na metrópole, e pela manhã um motorista marroquino nos apanhou no hotel e nos dirigimos ao Vale Ourika.
Sentada no banco detrás do carro, fui contemplando pela janela a paisagem que mudava paulatinamente de grandes edifícios a rústicas construções, independente se era uma arquitetura elaborada ou simples, todas tinham a mesma cor.
Cheguei a pensar que era a própria cor do cimento deles, mas esta teoria não tinha sentido ao pensar nos suntuosos edifícios dos bancos e hotéis.
Voltei minha atenção ao interior do carro e então lembrei porque havia desconectado da conversa daquelas pessoas e me deixado absorver pela paisagem e meus pensamentos. O assunto que se estava discutindo no carro era…adivinham? Como encontrar a mala. Era solidaria ao sentimento de perda e frustração do Paulino, mas aquele assunto tomou proporções enormes e nos perseguiu durante toda a viagem.
Interrompi, perguntando ao motorista por que todas as construções tinham a mesma cor. E a resposta foi óbvia:
-É lei. Cada cidade é obrigada a pintar suas casas da mesma cor.
E o homem continuou nos contando, que as cidades imperiais marroquinas têm cada uma sua cor. Marrakech é ocre, Fez é a cidade azul, Méknes a cidade amarela e Casablanca, como se espera é branca. As construções, nas cidades, obedecem aos tons destas cores. E completa a informação dizendo que cada cidade é formada por, digamos assim, três bairros principais - a Medina, bairro antigo, onde moram os berberes e árabes, a Melah, bairro judeu e o bairro europeu, onde obviamente, moram a maioria dos europeus.
Sua explicação foi interrumpida quando vimos uma multidão de jovens e perguntamos o que era aquilo, e ele nos conta que é uma manifestação pacífica de estudantes contra o massacre israelí en Gaza. Nesse momento, penso que o mundo está conectado nesta causa e desejo que logo esse genocídio tenha fim.
Meu desejo é lançado ao universo e logo sou obrigada a resgatar meu pensamento que vagueia por diferentes reflexões para me concentrar no que vivenciaria naquele instante. Chegávamos a primeira casa de uma família berbere no Vale Ourika. Busquei em meus registros mentais o que conhecia sobre essa cultura. E me veio a mente que era o povo considerado nativo daquele país, que ainda preservavam laços tribais e tinham uma língua própria (a maioria da população fala francês e árabe - idiomas ensinados nas escolas). Lembrava me ainda das fotos que havia visto de suas casas nas montanhas, com construções que se harmonizavam com a natureza. Venho a descubrir que por conta das constantes invasões, os berberes se refugiaram nas montanhas e, hoje vivem camuflados em casas que se misturam às paisagens áridas do país.
Parecia me todo um privilégio conhecer uma autêntica kasbahs (como suas residências são conhecidas), com suas paredes feitas de argila misturada com água e palha. Lembrei me nostalgicamente das casinhas de sapê que um dia visitei dos meus antepassados no Quiririm (interior de São Paulo).
Uma família de berbere vivía nesta casa e as visitas eram uma fonte de renda a mais. Visitando a casa sentia ainda mais a semelhança com as casas da roça, com seus fogões a lenha e currau. Assisitimos o ritual do chá de menta e pudemos observar todos os detalles da elaboração desta bebida que eles tomam com frequência e oferecem a todos os seus visitantes.
Apesar de estar observando aquela cena, por um momento, senti o cheiro de café sendo passado em coador de pano na casa de minha avó e o gosto do bombocado de fubá que ela tão bem fazia, e que eu tinha que me controlar para não comer vários pedaços ainda quente e correr o risco de ter dor de barriga, como ela me advertia.
Mas o que meu paladar sentiu foi o gosto do pão feito na hora, com o azeite de olivas mais saborosos que desgustei em minha vida, pois era elaborado naquela mesma casa. O mais virgem dos virgens.
Podia contar a vocês uma série de outros detalhes dessa casa (colocarei fotos sobre a casa em outro post), mas havia outras coisas que fazer nesse ensolarado dia.

Outra tradição entre esses povos é a confecção dos tapetes. As peças são feitas manualmente pelas mulheres e depois comercializadas pelos homens. Os tapetes marroquinos são tingidos com pigmentos encontrados na natureza. As estampas representam o cotidiano da população. Muitas famílias se unem em cooperativas e algumas dessas associações chegam a empregar três mil mulheres. Os tapetes estão à venda por toda parte. Entre os berberes, tanto as mulheres quanto os homens têm suas funções definidas e todos trabalham.
Os tapetes eram realmente lindos e caros e como eu não tinha intenção (e condições) de levar nenhum deles comigo, aproveitei e me diverti fazendo muitas poses, pois os tapetes ficavam belíssimos como fundo, como cenário para as fotos.
O passeio seguiu e fomos parar em uma outra coopertiva, essa de produtos naturais. Um guia nos apresentou uma horta com suas plantas curativa e depois nos encaminharam à uma das 8 salas da persuassão.
Fecharam a porta atrás de nós. Ninguém entra, ninguém sai. Um dos homens que trabalha na cooperativa mostrou produto por produto e seus efeitos terapêuticos, que no discurso dele mais pareciam efeitos milagrosos. Um substância estranha para acabar com o ronco, um chá para emagrecer, um óleo para rejuvenecer, um creme para hemorraidas, uma pilula para impotência, um pó para dor de cabeça… Naquel lugar, qualquer problema físico tinha solução.
Eles realmente são bons na arte de persuadir, pois mesmo os produtos sendo caros, e bem caros, todo mundo acaba comprando alguma ilusão. Conosco não foi diferente.

Ainda no Vale Ourika não pude deixar de fazer algo que sempre tive vontade, dar uma volta de camelo. Deu até para sentir um medinho, já que estar na corcova desse animal é estar a mais de dois metros de altura. Mas o camelo era muito simpático e carinhoso, querendo até dar me um beijinho, como de beijo babado estou fora, desviei o rosto. Mas ele não se ofendeu e me levou a passear numa boa.
De volta a Marrakech passamos por um desses lugares que tingem com pigmentos naturais o couro. Por sensatez só Matheus desceu para conferir o lugar, e ao deparar com a carnificina e o olor de putrefação decidiu que deveríamos voltar a medina.
Na célebre praça da cidade fizemos a nossa última e farta refeição antes de voltarmos à Espanha.
A viagem foi curta, faltou conhecer muito lugares, mas mesmo assim deu para aprender e vivenciar muito da cultura desse país.
A sensação no fim do dia, no fim da viagem foi de felicidade por voltar para casa. A viagem não foi do jeito que eu imaginei que seria, mas ir a um lugar novo é sempre esta emoção desconhecida, pois nunca posso realmente estar segura do que vou encontrar, o que vou viver, e esse é um dos sentimentos que me faz gostar tanto de viajar. A surpresa, o desconhecido, a aventura, mas saber que tudo isso é passageiro.
Voltar…regresar ao lar é um prazer conhecido, é uma sensação de crescimento físico e espiritual, é voltar ao cotidiano, mas com uma parte, pode ser bem pequenininha, diferente em meu ser. Porque viajar me ajuda a conhecer mais do outro, mas principalmente conhecer mais de mim, e em meu lar, olhando as fotos, escrevendo esses textos à vocês e que tenho certeza que por mais difícil que seja uma viagem, SEMPRE VALE A PENA!!!!.
Ah! A mala só foi encontrada uma semana depois que voltamos.

Besitossss
Quel

domingo, 8 de febrero de 2009

Pra lá de Marrakech - parte IV


Caros amigos leitores, os pouparei dos detalhes do fatídico dia passado em função da busca da mala trocada.
Resumo dizendo que tudo que era possível fazer, e muito mais, foi feito na intenção de encontrar a bagagem, e mesmo assim, o dia passou sem que a dita cuja aparecesse. Todos eram unânimes em dizer que era a primera vez que viam um caso de mala trocada, o que complicava ainda mais a história. E vocês já ouviram algo parecido? Que a identificação de outra pessoa acabe parando em sua mala e a sua na mala de outro alguém? Já havíamos mal gastado o dia por conta desse infortúnio, sem poder fazer mais nada em relação ao assunto, resolvemos não desperdiçar a noite.
E na “High Society” de Marrakech fomos parar, um lugar com pessoas bonitas (ocidentais e orientais) e uma decoração lindíssima que misturava o tradicional e o moderno daquela cultura, com um toque internacional, porque começamos a noite tomando caipirinha e mojito.

Depois nos deliciamos com a comida, esse foi um dos meus maiores prazeres durante toda a viagem.
Sinto minha boca salivar só de lembrar do gozo de meu olfato e paladar por tão sublime comida.
A casa ainda oferecia shows com lindas mulheres e seus suntuosos e agéis ventres. O público estava enlouquecido pelas dançarinas, e a agitação era muita. Falando em público, faço um aparte para contar o que vi e me surpreendeu a respeito das mulheres.
Primeiro, fora dos âmbitos daquele lugar, melhor dizendo em qualquer lugar por onde andei em Marrakech era comum ver mulheres viajando sozinha.
Eu sempre alimentei a vontade de ir à Marrocos, mas todos me diziam que não deveria ir sozinha ou com uma amiga e que a presença de um homem se fazia necessaria.


Bobagem! Vi muitas mulheres viajando sozinha ou acompanhadas por uma amiga. Agora voltando ao restaurante boate, observei vários grupos de jovens mulheres árabes solteiras, na verdade nesse lugar, para meu espanto, havia mais mulheres que homens. Será isso sinal que as mulheres árabes estão batalhando mais por seu espaço na sociedade e pelo direito de se divertir? Depois de bebermos bem, comermos ainda melhor, rirmos, dançarmos, conversamos um pouco sobre tudo e sobre a mala (não aguento mais!!!), posarmos para as fotos, saímos dali e fomos a um cassino.
O tio Paulino é fanático por um cassino, e não podia deixar de dar uma passadinha para conhecer e jogar, é claro. Para mim, não era o fim de noite ideal, já que não gosto de ver pessoas jogando por dinheiro, eu então, nem pensar!!!
Como não fizemos coro a jogatina, o tio Paulino logo desistiu de seu vicio, e óbvio, também porque estava perdendo dinheiro… trocamos as mesas de apostas, pela aposta certa de nossas camas.
Eu estava contente que aquele dia havia acabado, que a noite havia sido muito melhor que o dia e sentia que o dia de amanhã seria ainda melhor, era o nosso último dia e iríamos fazer uma passeio pelo Vale de Ourika e conhecermos mais sobre a cultura Berbere. E quem sabe a mala não aparecia e a viagem realmente poderia ter "happy end". ...continua...

A todos um ótimo domingo e começo de semana!

Besitossss Quel

lunes, 2 de febrero de 2009

Pra lá de Marrakech - parte III


O sol brilhou.
Brilhou intesamente como estava previsto pela meteorologia no primero dia do ano. 2009 será um ano regido pelo grande astro de luz e com seus raios acordei. Sentia que algo havia mudado. Não apenas o número do ano, mas o fato era que dia chuvoso de 31 de dezembro já era história e eu me sentia diferente.
E no primeiro dia do ano me propus a ser feliz.
Com as energias renovadas por uma noite bem vivida, dormida, sonhada e bem amanhecida sai a caminar pelas ruas de Marrakech.
A cidade terracota era puro calor e buscamos um lugar para nosso café da manhã.
Entramos num café estilo parisiense, há muitos desses pela cidade, e me sentindo mais na Europa que na África tomei meu café com croissant.
Satisfeita sai em busca do autêntico marrocos, e não há nada mais autêntico nessa cidade que a praça Jema el Fnaa . A sensação de novamente em seus solos pisar foi diferente. Já não me assustaba aquele caos, e comocei a achar tudo fascinante. Claro, que essa sensação com seus devidos limites, já que não eramos livres para fazer foto ou filmar sem ser bombardeado por árabes querendo uma moeda.

Uma mulher toda coberta se aproximou, pegou minha mão e disse:
-¿Hablas español?
-Sí, por supuesto. Contestei mirando para única parte exposta de sua face, seus olhos negros.
Foi bom escutar novamente aquele idioma em boca alheia, mas quando me dou conta ela já estava com uma seringa fazendo um desenho rebuscado em minha mão.
-No, muchas gracias.
-No problema.
E segue segurando ainda mais forte minha mão e esparramando henna pelos meus dedos.
- No tengo dinero.
E ela sem me escutar pergunta meu nome e diz que está escrevendo em árabe para me trazer sorte, assim como também está escrevendo a palavra filho. Nisso chega Matheus e ela, finalizando rapidamente minha mão, pega em seu braço com a seringa a todo gatilho.
Matheus reforça:
-Somos pobres estudiantes, no tenemos dinero.
- No problema.
E pergunta pelo nome dele, repete a operação de escrever o nome para trazer sorte ao lado da palabra filho.
Digo a Matheus que de dois euros a ela. Ela olha aquelas moedas com desdém, ri e diz:
- Eso es muy buen trabajo, trabajo para traer suerte. Son 200 Dirham (cerca de 20 euros)
Replicamos prontamente:
-No hemos pedido por su trabajo.
-Vale, hago descuento. Son 150 Dirham.
Não queríamos discutir, afinal o dia não estava para isso, demos os 2 euros e viramos as costas.
Depois tivemos muito mais cuidado com qualquer pessoa que se aproximasse, as fotos e o video foram feitos a distância com muito zoom.
Saímos da praça e entramos em um ruazinha que da praça nascia, entrávamos em uma e depois em outra até nos perdermos e voltarmos a nos encontrar. Olhávamos tudo, mas poucas vezes perguntávamos o preço de algo. Pois só vale a pena se você realmente tiver a intenção de pichinchar para conseguir o melhor desconto e comprar. E a impressão, depois da compra efetuada é que sempre se poderia conseguir um preço ainda melhor. É a cultura deles, para comprar qualquer coisa é assim…mas cansa.
E o dia nao estava para desperdigar energia com qualquer coisa que pudesse nos aborrecer.
Não compramos quase nada, estávamos ali para curtir a atmosfera do lugar, e isso fizemos.
Num beco sem saída umas crianças jogavam futebol com uma bolsa plástica, Matheus entrou no jogo e triblou a garotada, eles sorriram ao ver o estilo do brasileiro jogando.
Quando demos conta o dia já estava acabando, foi uma sensação muito boa deixar o sol nos guiar.
Voltamos ao hotel tomamos um banho e esperamos pelos tios de Matheus que estavam vindo de Portugal.
Eles chegaram através de um vôo de Casablanca e nos ligaram avisando que uma mala não havia chegado.
Foram então fazer a ocorrência e descobriram que haviam uma mala com o nome de Paulo Costa, mas que a mala na verdade não era a dele. A que se extraviou tinha uns 20 kilos e essa não pensava nem 10kg. Deixando a mala de outro ser para trás saíram do aeropuerto muitas horas depois de aterrizarem lamentando o ocorrido.

Fomos comer em um dos melhores restaurantes de Marrakech, em uma terraça envidraçada onde se podia apreciar toda a praça, mas nem a bela vista, nem a boa comida do local, nem as garrafas de vinho esvaziadas foram suficientes para mudar o rumo da prosa, e o assunto mala foi protagonista do jantar.
Despedidas feitas, cada um para o seu hotel e a missão do próximo dia seria recuperar a mala.
Eu já imaginava que não seria uma missão agradável e desejei que aquele dia ensolarado não tivesse passado tão rapido.

...continua...