viernes, 10 de febrero de 2012

Desencontro de almas

Oi.
Pensei que o que tínhamos era um encontro de almas.
Agora mesmo não é.
Se ambos não reconhecem tal encontro,
então é claro,
o que existe é um desencontro.
Um desencontro de almas.
Talvez seja só isso.
E desencontrados seguiremos.
Ou talvez seja mais que isso.
Voltaremos a nos encontrar
e neste encontro físico saberemos se, desta vez,
além de corpos e mentes, nossas almas também se encontram.
Por um tempo isso não tinha importância.
Porque existia o desejo.
O desejo confunde tudo e acha que se basta por si só.
O desejo grita dentro do corpo e da mente como uma necessidade,
com tanta fome que faz a gente pensar que quando se esta saciado
vivemos a sensação do amor.
E amor, a gente logo associa com alma.
Entretanto, desejo não tem nem a ver com amor,
nem com alma,
necessariamente.
Desejo tem a ver com presença,
com algo que se tem
e logo pode que não se tenha mais.
Amor verdadeiro não se deixa de ter,
de ser,
assim como a alma.
Pode sim ficar menor, se ampliar,
regredir ou se desenvolver,
se transformar e não findar.
Não carece de presença,
mas de presente, de eternidade.
Talvez, amor e alma são uma coisa só.
Quando se entende de verdade o que é amor e alma,
o desejo pode fazer parte,
sem ser o centro das atenções.
Já não grita para o corpo.
O desejo então sussurra,
fala manso,
fica mudo,
porque lhe sobram outros sentidos.
Ele é tão genuíno,
tão da ordem do simplesmente estar atento
e reciprocitivo
que já não há separação entre desejo, amor, alma, sonho e realização.
Agora, o que bem sei é que algo neste momento coincide: corpo e alma.
Neste exato momento ambos estão sem desejo por ti.
Tenho que ir!
Preciso te desencontrar.
Um novo encontro me espera.
Há uma festa, dentro de mim.
Corpo, alma e amor celebram,
são desejo puro.
Desejo de bem estar,
do meu bem estar,
do nosso bem estar.
Ah! A mente manda lembranças, foi passear.
Tchau!
Hasta la vista, baby!
Boa Sorte!