sábado, 10 de enero de 2009

Pra lá de Marrakech



Quero um 2009 diferente de 2008, melhor em alguns aspectos, pior em outros, porque assim sempre é. Sobre tudo quero que seja de experiências e aprendizados distintos ao ano que se encerra. Pensei que para atrair essa vibração podia ser interessante e positivo começar o ano com uma energia diferente, com a energia de um país dissímil ao Brasil e a España. Por isso aceitei ir a Marrocos. Chegamos dia 31 de dezembro em Marrakesch, o tempo não era nada acolhedor, frio e chuva. Eu me sentia extranha, pesada. No caminho do aeroporto ao hotel tudo tinha o mesmo tom, toda cidade é terracota. Estranho.

O meu sentido do alfato logo percebeu que havia novos olores a experimentar. Tudo tinha cheiro e todo cheiro parecia mais intenso. Assim que nos instalamos no hotel, resolvemos explorar a cidade. A chuvinha não convidava, mas seriam apenas quatro dias nessa cidade e era preciso aproveitar bem. O hotelzinho não foi bem escolhido, pensávamos que estava mais central. Era preciso meia hora de caminhada até chegar ao coração de Marrakech, a praça Jema el Fnaa. Tentava disfrutar da caminhada mas não conseguia relaxar. Esperava exotismo do Marrocos, porém quando cheguei a praça não estava preparada para aquela babilônia. Uma vez mais sinto um olor forte, mas esse é conhecido, estrume de cavalo. Há várias carroças para transportar turistas. Passo por elas tentando segurar a respiração. E diante de mim o caos. Homens se exibindo com serpentes. Uns pobres macaquinhos acorrentados à mercê de seus donos que os exibiam ao lado dos turistas, a troco de uns Dirham (dinheiro marroquino), barracas de comida que serviam cabeça de camelo e outras iguarias, mulheres lendo a sorte, homem vendendo dentes e dentaduras. Falatório muito falatório.


A chuva deu uma trégua. Procuramos por um restaurante que tínhamos a indicação que servia a melhor comida da cidade. A intenção era fazer um reserva para passar o reveillon. Para chegar ao restaurante foi preciso literalmente enfiar o pé na lama. A rua não tem calçamento e as chuvas transformaram tudo num lamaçal. Olhamos o menú do que seria servido naquela ocasião e nos pareceu muito bom. Olhamos o preço do menú do que seria servido naquela ocasião e nos pareceu muito caro. De volta a rua, de volta a lama.



Começava a me questionar se havia feito bem em sair da minha casinha… A chuva voltou a cair ainda mais forte. O jeito foi dar uma paradinha estratégica e aproveitar para comer. Um restaurante simples que serve comida marroquina, mas tem sua maioria de clientes estrangeiros parece uma boa opção. E realmente foi! O olor dos pratos me fez salivar. Pedimos cuscus de carne e verduras, e tajine de frango ao molho de limão. Ambos deliciosos!!! Sentindo-me melhor apreciei a praça e suas criaturas, começava a me acostumar com aquele “ser”. Tentamos fazer reserva em mais alguns restaurantes, e nada. Eu queria voltar ao hotel e ficar quietinha, introspectiva, rezando e agradecendo o ano que havia acabado, me conectando com as pessoas que eu amo e estavam tão longes, me enchendo de bons sentimentos e pensamentos para o ano que em breve se iniciaria. Meu namorado, por outro lado, queria um jantar especial, diferente, algo marcante, bem marroquino, com música e dançarinas se possível. Voltei ao hotel para descansar e ele seguiu em sua missão de encontrar o seu lugar idealizado para essa noite.

...continua... Besitos Quel

1 comentario:

Maria dijo...

Are you back again?